quinta-feira, março 17, 2016

microleituras

José Emílio-Nelson traz para a poesia o cotão & outras sujidades que as boas almas de uso varrem para debaixo do tapete.

 






1 poema

À porta do meu Banco no patamar, acocorados,
um e uma, vendem a pele
de uns pratos encardidos
mesmo no traço que já lhes deu flores garridas.
Eles escorriam chuva, que chovia, para a louça.
Eles nem devem ter sangue pela tez lustrosa
da porcelana dos seus olhos de caveira.
(Até faz rir, leitor, coisa tão triste.)

José Emílio-Nelson, O Anjo Relicário (1999)

(também aqui)

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