quarta-feira, abril 30, 2008

capismo

Roberto Nobre, capa de Acuso!..., de Émile Zola
Guimarães & C.ª Editores, Lisboa, s. d.

caderninho

O poeta representa a imaginação por meio de imagens da vida e das situações e personagens humanos, põe-nas em movimento e deixa a cargo do leitor a tarefa de permitir que essas imagens ocupem os seus pensamentos, na medida em que os seus poderes mentais lho permitem. Por isso é capaz de dotar os homens das mais diversas capacidades, quer se trate de tolos, quer de sábios. O filósofo, por outro lado, representa não a vida em si mesma mas os pensamentos acabados que dela abstraiu e exige ao leitor que pense precisamente como ele e precisamente tanto como ele. Por isso o seu público é tão pequeno. O poeta poderá, desta forma, ser comparado a alguém que oferece flores; o filósofo com alguém que oferece a essência delas. Arthur Schopenhauer
«Aforismos», de Parerga e Paralipomena (tradução de Alexandra Tavares)

O Vale do Riff - Traffic, «40,000 Headmen»

William Vance e J. Van Hamme (texto), XIII - Treze Contra Um

terça-feira, abril 29, 2008

Antologia Improvável #303 - Maria Teresa Horta (4)

O ESPAÇO

O espaço que vai das
mãos
ao cimo dos meus joelhos

Das tuas mãos
aos meus lábios

dos teus lábios
aos meus seios


Amor Habitado / Poesia Completa-I

O Vale do Riff - Toots Thielemans, «Bluesette»

segunda-feira, abril 28, 2008

Caracteres móveis - Lev Tolstói

Tal como as pessoas se habituam a má comida, bebidas espirituosas, tabaco ou ópio, da mesma forma se acostumam à má arte


O que É a Arte?
(a partir da tradução inglesa de W. Gareth Jones)

O Vale do Riff - Peggy Lee, «You Give Me Fever»

sábado, abril 26, 2008

caderninho

Há uma espécie de indulgência que é a indulgência do desinteresse. Uma indulgência mil vezes nefasta -- porque igualiza tudo e todos. José Bacelar
Revisão 2 -- Anotações à Margem da Vida Quotidiana

Outros tons - Toquinho & Quarteto em Cy / Toquinho & Chico Buarque, «Samba pra Vinicius»

sexta-feira, abril 25, 2008

Antologia Improvável #302 - Carlos Nejar (5)

RESTRIÇÕES

Uma parte de minha liberdade
bicada pelos pássaros,
e outra, na vidraça,
foi levada pela chuva.
Alguma parte dela
abandonei na rua
e outra o amor a consumiu
fazendo sua.

Outra o Estado a sorveu,
gota por gota,
por ser eu cidadão
tendo em conta leis,
pendões, brasões.
E o mais não sei.
Alguma réstia dela, alguma grei
dei aos pobres
por modéstia cristã,
que eles mastigarão
os ossos da solidão.
E outra esqueci entre as páginas
de um livro
com as borboletas de arquivo.

Que me fica da liberdade?
Como vou defendê-la em mim
se nenhum bocado me respira
ou busca cidadela na colina?

Defenderei então
a possibilidade,
as verbenas
que no seu lugar nascem
ou, quem sabe,
terei a humildade
para recolhê-la
de colmeia em colmeia.

Defenderei
alguma sobra dela,
a memória,
a vestidura,
a sela.
Defenderei os corolários,
o teorema de Pitágoras,
qualquer ideia
que a faça retornar,
embora velha.

Para ela
sempre haverá espera,
arreios e bala.


O Poço do Calabouço / Antologia Poética
(edição de António Osório)

Outros tons - Sérgio Godinho, «Primeiro dia»

quinta-feira, abril 24, 2008

Caracteres móveis - Thomas Mann

Lembrou-se da impressão que fizera sobre ele a catástrofe do ano de 1866, e chamou à memória as sensações indizivelmente tormentosas que então o haviam empolgado. Perdera grande quantidade de dinheiro... ah, isso não fora o mais insuportável! Mas pela primeira vez tivera de experimentar em toda a sua extensão e no próprio corpo, a brutalidade cruel da vida comercial, onde todos os sentimentos bondosos, suaves e amáveis desaparecem perante o único instinto rude, cru e impiedoso da conservação e onde uma desgraça sofrida não provoca participação e compaixão entre os amigos, os mais íntimos amigos, mas sim desconfiança, apenas desconfiança fria e negativa. E ele não o sabia? Que direito tinha de admirar-se destas coisas? Mais tarde, em horas melhores, de maior energia, quanto não se envergonhara de, naquelas noites de insónia, se haver revoltado, rebelando-se, cheio de nojo, e mortalmente ferido, contra a dureza feia e descarada da vida!


Os Buddenbrook
(tradução de Herbért Caro)
retrato por Johannes Lindner

Outros tons - Chico Buarque, «Tanto mar»

terça-feira, abril 22, 2008

segunda-feira, abril 21, 2008

caderninho

Da vida que é suposta ser nossa, nem sequer a morte nos pertence porque nem ela afinal nos diz respeito. / Também o que morre é sempre outro. / Aliás, se alguma coisa a vida nos ensina é que ninguém quer morrer, nem aqueles que se suicidam. Marcello Duarte Mathias
O Destino Velado

Outros tons - Luís Cília, «Sou barco»

domingo, abril 20, 2008

acordes nocturnos

Antologia Improvável #301 - Alexandre O'Neill (7)

O TEU NOME

Flor de acaso ou ave deslumbrante,
Palavra tremendo nas redes da poesia,
O teu nome, como o destino, chega,
O teu nome, meu amor, o teu nome nascendo
De todas as cores do dia!

No Reino da Dinamarca / Poesias Completas

hype, hype...

sábado, abril 19, 2008

sexta-feira, abril 18, 2008

Figuras de estilo - Raul Brandão

Apenas conheço duas maneiras de triunfar na existência: pela força, num áspero combate, ou pela manha aproveitando os defeitos dos outros.


A Farsa

O Vale do Riff - Sarah McLachlan, «Ice Cream»


[lá em baixo: Jerry Lee Lewis]

quinta-feira, abril 17, 2008

caderninho

Costumamos julgar os medíocres pela ausência daquelas qualidades que não fazem os homens superiores. José Marinho
«Reflexões e Aforismos», presença, n.º 31-32, Coimbra, Março-Junhode 1931

O Vale do Riff - Frank Sinatra, «Pennies From Heaven»


[lá em baixo: Jethro Tull]

Antologia Improvável - 300 poemas

Os Poetas:
António Graça de Abreu, Casimiro de Abreu, Paulo Abrunhosa, José Afonso, Sebastião Alba, Manuel Alegre (2), Ed. Bramão de Almeida (3), Adalberto Alves, Pedro Alvim, Ana Luísa Amaral (4), Fernando Pinto do Amaral, Carlos Drummond de Andrade, Eugénio de Andrade (3), Sophia de Mello Breyner Andresen (4), António Lobo Antunes, Mário Avelar (2), Manuel Bandeira, José Agostinho Baptista (2), António Barahona (4), Frederico Barbosa, João de Barros (7), Ruy Ferreira Bastos, Ruy Belo (4), Edmundo de Bettencourt, Rebelo de Bettencourt (2), Olavo Bilac, Manuel Maria Barbosa du Bocage, António Botto (4), Rosa Alice Branco, Fiama Hasse Pais Brandão (2), Francisco Bugalho, Fernando Cabrita, João Camilo, Luís de Camões (2), Álvaro de Campos, João Candeias, Luís Cardim, Luís Adriano Carlos, Papiniano Carlos, Armando Silva Carvalho, Gil Nozes de Carvalho, Afonso de Castro (2), Eugénio de Castro (3), Fernanda de Castro (2), Lourdes Borges de Castro, Catulo da Paixão Cearense, Mário Cesariny, Rui Coias, Levi Condinho, Alexandre de Córdova, Raimundo Correia, Cristino Cortes, Armando Cortes-Rodrigues, António Carlos Cortez, Francisco Alves da Costa, Francisco Costa (3), paulo da costa, Rui Costa, José Craveirinha (4), Luís Filipe Cristóvão, Frei Agostinho da Cruz, Júlio Dantas (2), Saul Dias (5), Mário Dionísio, Afonso Duarte (2), Américo Durão, José Emílio-Nelson (3), Florbela Espanca (3), Fernando Jorge Fabião (3), Leonel Fabião, José Fernandes Fafe, Admário Ferreira (3), José Gomes Ferreira, Jaime Ferreri, Campos de Figueiredo, Martins Fontes (3), José do Carmo Francisco (2), Natércia Freire, Manuel de Freitas (4), Sebastião da Gama (2), António Gedeão, Sérgio Godinho, Tiago Gomes, José Carlos González, Manuel Gusmão, Fernando Grade (2), Teresa Guedes, Cândido Guerreiro, António Pinheiro Guimarães, Delfim Guimarães, Fernando Guimarães, Alfredo Guisado, Ana Hatherly (2), Maria Teresa Horta (3), João Miguel Fernandes Jorge (2), Fausto José, Nuno Júdice, Tomaz Kim, Rui Knopfli (4), Alberto de Lacerda (6), Rui Lage, Manuel Laranjeira, Ângelo de Lima, Jorge de Lima, Teresa Rita Lopes, Pedro Ludgero, valter hugo mãe, Olegário Mariano, José-Alberto Marques, Carlos Matias, Mário Máximo, Pedro Homem de Mello, João Cabral de Melo Neto, Augusto Oliveira Mendes, José Tolentino Mendonça (4), João Pedro Mésseder (2), Isabel Meyrelles (3), Joseia de Matos Mira, Jorge Gomes Miranda (2), Sá de Miranda, Luís de Montalvor, Adolfo Casais Monteiro, João Paulo Monteiro (Ângelo Novo), Vinicius de Moraes, Joaquim Gomes Mota, Vasco Graça Moura (2), David Mourão-Ferreira (3), Sidónio Muralha, Carlos Nejar (4), Vitorino Nemésio, Agostinho Neto, Leonel Neves, Moreira das Neves, Carlos de Oliveira (8), José Alberto Oliveira (2), Alexandre O'Neill (6), Fernando Assis Pacheco (2), António Patrício, Luís Brito Pedroso, José Luís Peixoto, Miguel Serras Pereira, António Quadros, Carlos Queirós, Antero de Quental, Luís Quintais, Nuno Rebelo, José Régio, Jorge Reis-Sá, Jaime Rocha, Armindo Rodrigues (2), Daniel Maia-Pinto Rodrigues (2), Fernando Tavares Rodrigues, António Ramos Rosa (4), Isabel de Sá (4), Eduardo Salgueiro (2), José Carlos Ary dos Santos (3), Olga Savary, Artur do Cruzeiro Seixas (2), Jorge de Sena (5), Alberto de Serpa, Joaquim Manuel Pinto Serra, Maria Augusta Silva, Ana Maria Soares (2), António de Sousa, Pedro Tamen, José Correia Tavares, José Rui Teixeira (2), Paulo Teixeira, Nicolau Tolentino, Miguel Torga, Alexandre Pinheiro Torres, José Manuel Travado, J. O. Travanca-Rêgo, André Varga, José Veiga, Francisco José Viegas, Vergílio Alberto Vieira, Virgínia Vitorino (2), Duarte de Viveiros, Eno Theodoro Wanke.

quarta-feira, abril 16, 2008

Antologia Improvável #300 - Fernando Assis Pacheco (2)

MAS AGORA QUE VAI DESCER A NOITE NA MINHA VIDA

Triste de mim mais triste que a tristeza
triste como a mão que segura o copo
como a luz do farol esgarçando a névoa
triste como o cão manco
deixado na serra pelos caçadores

triste como a sopa entretanto azeda
mais triste que a idiotia congénita
ou que a palavra ampola

triste de mim triste e perdido
entre duas ruas
uma que vai para o Norte outra para o Sul
e ambas cortadas aos peões
que não cooperam devidamente
(com este governo de merda é claro)

triste como uma puta alentejana
num bar de Ourense
que me viu à cerveja e lesta
me chamou compadre
vozes que a gente colecciona

a tarde triste os anos tristes
a grande costura da tristeza
do esterno ao baixo ventre

triste e já sem nenhum reparo
a fazer à metafísica
senão que é um défice
porventura
do córtex cerebral

Lisboa
3/18-VII-91, 20/21-XI-91, 22-I-92


Respiração Assistida
(foto: Luísa Ferreira)

O Vale do Riff - Ten Years After, «Slow Blues In "C"»


[lá em baixo: Dave Holland]

terça-feira, abril 15, 2008

estampa CXXXIV

Cyril Power, O Metro
Colecção particular, Londres

Caracteres móveis - Graham Greene

Era um homem que desconhecia praticamente qualquer prazer; a sua emoção mais viva era a maldade; o seu objectivo primordial, a defesa [...]


Assassino a Soldo
(tradução de Fátima St. Aubyn)

O Vale do Riff - Chris Potter, «It Ain't Me Babe»


[Lá em baixo: Thelonious Monk]

segunda-feira, abril 14, 2008

domingo, abril 13, 2008

acordes diurnos

caderninho

O que é criado pelo espírito é mais vivo do que a matéria. Charles Baudelaire
Fogachos (tradução de João Costa)

hype, hype...

4 or 5 Magicians, Forever On The Edge

sábado, abril 12, 2008

acordes nocturnos

Antologia Improvável #299 - Ed. Bramão de Almeida (3)

O "TIO VICENTE"

O «tio Vicente» colocou a albarda
No burro e lá vão ambos, praça em praça;
Ele vergando ao peso da desgraça,
E o burro ao da nabiça e da lombarda.

Igual destino o burro e o dono aguarda
Como se fossem ambos de igual raça;
Os trabalhos que um sofre o outro passa
Desde que rompe o dia a hora tarda.

As mesmas horas em dormir consomem,
Bate-os o mesmo sol, o mesmo vento,
Com ânsia igual, às mesmas horas comem...

Meu Deus! Talvez eu erre o pensamento;
Mas do que vale a um triste nascer homem,
Se leva vida igual à dum jumento?

Sonetos

sexta-feira, abril 11, 2008

capismo

ilustração de Dorindo para Cartas do Meu Moinho, de Alphonse Daudet
Publicações Europa-América, Mem Martins, 1971

Figuras de estilo - Vergílio Ferreira

É bela uma noite de Inverno, muito certa, muito nítida. Venho à janela ver as estrelas, os campos escuros sem um ruído. Bom: então acho extraordinário que eu esteja vivo. E sinto-me bem eu. Mas não me sinto eu sozinho. Outras partes de mim estão em outro lado e são os filhos que dormem, ou os trabalhadores com quem falei, ou a terra que ajudei a trabalhar. E é como seu eu fosse só uma parte de qualquer coisa muito grande que vai para além das pessoas conhecidas e chega às pessoas conhecidas dessas e a outras e para o passado e para o futuro.


Aparição

O Vale do Riff - Sonny Rollins & McCoy Tyner, «In A Sentimental Mood»

quinta-feira, abril 10, 2008

estampa CXXXIII

Amedeo Modigliani, Nu Reclinado
Colecção Gianni Mattioli, Milão
A sedução, o engano empobrecem a minha época
Isabel de Sá

O Vale do Riff - Wes Montgomery, «'Round Midnight»

quarta-feira, abril 09, 2008

terça-feira, abril 08, 2008

caderninho

Não procures que tudo quanto acontece aconteça como desejas, antes deseja que tudo aconteça como de facto acontece. Desse modo serás feliz. Epicteto
A Arte de Viver (tradução de Carlos A. Martins de Jesus)

O Vale do Riff - Paul McCartney & U2, «Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band»

segunda-feira, abril 07, 2008

Antologia Improvável #298 - Francisco Costa (3)



Juntei o pó que as horas no meu seio
deixaram; e depois, com o suor da face
e as lágrimas dos olhos, amassei-o
até que em barro mole se tornasse.

E entre acessos de júbilo e receio,
dei-lhe forma, tentei que se animasse
nos meus dedos viris; -- e bafejei-o
p'ra que o meu fogo interno o calcinasse.

Depois expu-lo à turba. E nesse instante
vi-o baço e minúsculo e imperfeito
sob outra luz, mais crua e penetrante.

Acalmei a vaidade. E agora sei
que, muito antes de em pó eu ser desfeito,
se desfará o pó que eu amassei.


Verbo Austero

O Vale do Riff - Manic Street Preachers c/ Nina Persson, «Your Love Alone Is Not Enough»

sábado, abril 05, 2008

Caracteres móveis - Octave Mirbeau

A adoração do milhão!... É um sentimento baixo, comum não só aos burgueses, mas também à maior parte de nós, os pequenos, os humildes, os que não têm onde cair mortos neste mundo. Eu própria, apesar das minhas ideias desempoeiradas e das minhas ameaças de partir tudo, não lhe escapo... Eu, a quem a riqueza oprime, que lhe devo as minhas amarguras, os meus vícios, os meus ódios, as mais amargas de todas as minhas humilhações, os meus sonhos impossíveis e o martírio eterno da minha vida... eu própria, repito, assim que me encontro na presença de um rico não posso deixar de o olhar como um ser excepcional e belo, como uma espécie de divindade maravilhosa, e, mal-grado meu, para além da minha vontade e da minha razão, sinto subir do mais fundo de mim mesma para esse rico, tantas vezes imbecil e perigoso, como que um incenso de admiração.


Diário de uma Criada de Quarto
(tradução de Adelino dos Santos Rodrigues)

sexta-feira, abril 04, 2008

estampa CXXXII

Louis Carmontelle, Monsieur Rameau
Museu Condé, Chantilly
Em pecados, Senhor, foi concebida, / Em pecados minha alma foi criada / De pecados tão mal arrependida!
Frei Agostinho da Cruz

O Vale do Riff - King Crimson, «Facts Of Life»

quinta-feira, abril 03, 2008

quarta-feira, abril 02, 2008

Antologia Improvável #297 - Rui Knopfli (4)

O FIO DA VIDA

Há homens que rezam na penumbra
das catedrais dolentes e há outros
que do alto das pontes olham
a escuridão rumorejante das águas.
Há homens que esperam na orla
marítima e outros arrastando-se
no viscoso esterco dos subterrâneos.
Há homens debruçados em pleno azul
e outros que deslizam sobre densos verdes;
há os desatentos na atenção e os que
espreitam atentamente a ocasião.
Há homens por fora e por dentro
do cimento armado, suspensos
das mil ciladas do quotidiano voraz;
de encontro aos muros, às paredes,
ao sol do meio-dia, ao visco da noite,
às sediças solicitações de cada instante.
Há a impotência poderosa da oração
e a obsessão amarga dos suicidas
e, de permeio, os que, porque hesitam,
porque ignoram, porque não crêem,
não oram, nem se suicidam
e se quedam ante a impossibilidade de destrinça
entre o fio da vida e a vida por um fio.

Mangas Verdes com Sal / Obra Poética

O Vale do Riff - Conrad Herwig, «Fuego Tropical»

terça-feira, abril 01, 2008

caderninho

A imensa maioria da gente subordina a opinião ao interesse, como norma de vida, raramente subordinando o interesse à opinião. Se, por infelicidade para tua pessoa, pertences ao número, bem pequeno, dos que subordinam o interesse à opinião, lembra-te daquela verdade, para não seres sempre vítima. Emílio Costa
Filosofia Caseira

O Vale do Riff - John Mayall, feat. Eric Clapton, «Hideaway»