segunda-feira, dezembro 31, 2018

vozes da biblioteca

«Acuso-me também de ter rompido, com muitos outros, os nevoeiros premeditados, os abismos reais e os abismos ilusórios, que são ainda mais perigosos, as cadeias, as ameaças e os sortilégios do cercado em que conviria permanecermos ainda mais uns séculos, para glória e proveitos dos nossos amos, que dispuseram de poderes suficientes para mandarem decapitar todos os seus servos, sem qualquer coima ou embargo, e não o ordenarem pelo simples facto de não poderem passar sem eles.» Alves Redol, Barranco de Cegos (1961)

«Na segunda quarta-feira de Setembro de mil novecentos e setenta e cinco, o despertador pescou-me às oito horas do meu sono, do mesmo modo que as gruas do cais trazem à superfície os automóveis peludos de limos que não sabem nadar.» António Lobo Antunes, Autos dos Danados (1985)

«Num coberto por detrás da casa, frente ao pátio onde tinha crescido uma nogueira gigante, um velho derreado, numa das últimas posturas que antecedem a morte, olhou-me com o sorriso habitual dos subalternos.» Agustina Bessa Luís, Antes do Degelo (2004) 

música para salvar o ano: #17, e última: «We Were Beautiful» (Belle and Sebastian)

sábado, dezembro 29, 2018

vozes da biblioteca

«Por um brinde ao amor passado, / Ficou de pranto alagado / O vestido de noivado / Da rainha de Kachmir.» Gomes Leal, [«A Rainha de Kachmir»], in Herberto Helder, Edoi Lelia Doura -- Antologia das Vozes Comunicantes da Poesia Moderna Portuguesa (1985)

«Qual o instante / em que o verão se transforma no outono / se o arrepio da noite quando chega / parece ainda um luminoso dia?» Fernando Pinto do Amaral, «Naufrágio», A Luz da Madrugada (2007)

«Quando chegava o mês de Maio, eu abria a janela e ficava bêbado desse cheiro a fogueiras, carroças e ciganos.» Manuel Alegre, «Rosas vermelhas», Praça da Canção (1965)

música para salvar o ano #15 - «Suspirium» (Thom Yorke)

sexta-feira, dezembro 28, 2018

estampa CCCXLVI - Yuliang Pan


Nu Sentado Segurando um Espelho (1956)

música para salvar o ano: #14 «Strands» (Jakob Bro)

vozes da biblioteca

«Assim vamos de todo o nosso vagar contemplando este majestoso e pitoresco anfiteatro de Lisboa oriental, que é, vista de fora, a mais bela e mais grandiosa parte da cidade, a mais característica, e onde, aqui e ali, algumas raras feições se percebem, ou mais exactamente se adivinham, da nossa velha e boa Lisboa das crónicas.» Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra (1846)

«Com os prenúncios de Outono, as primeiras chuvas encheram de frémitos o lodaçal negro dos esteiros, e o vento agreste abriu buracos nos trapos dos garotos, num arrepio de águas e de corpos.» Soeiro Pereira Gomes, Esteiros (1941)

«Nestes corações, onde reinavam afectos ao mesmo tempo ardentes e profundos, porque neles a índole meridional se misturava com o carácter tenaz dos povos do norte, a moral evangélica revestia esses afectos de uma poesia divina, e a civilização ornava-os de uma expressão suave, que lhes realçava a poesia.» Alexandre Herculano, Eurico o Presbítero (1844)

quinta-feira, dezembro 27, 2018

quarta-feira, dezembro 26, 2018

estampa CCCXLV - Pablo Picasso


Ángel Fernández de Soto com Mulher (1903)

música para salvar o ano - #13 «Right Now» (Dirty Projectors)

vozes da biblioteca

«Chamo-o docemente: "Platero", e ele vem até mim com um trote curto e alegre que parece rir em não sei que guizalhar ideal...» Juan Ramón Jiménez, Platero e Eu (1914) (tradução de José Bento)

«No dia em que iam matá-lo, Santiago Nasar levantou-se às 5.30 da manhã para esperar o barco em que chegava o bispo.» Gabriel García Márquez, Crónica de uma Morte Anunciada (1981) (tradução de Fernando Assis Pacheco)

«O relógio de pêndulo, esse, que balançava na sua caixa de vidro luxuosamente esculpida em madeira, e, no seu balanceiro de cobre amarelo, cortava em bocadinhos o dia que parecia interminável, mostrava a hora: meio-dia e trinta minutos.» Deszö Kosztolányi, Cotovia (1924) (tradução de Ernesto Rodrigues)

segunda-feira, dezembro 24, 2018

Feliz Natal!

Marge

«I Believe In Father Christmas»

é Natal

Winsor McCay, Little Nemo in Slumberland (Natal de 1908)

vozes da biblioteca

«Contra a parede negra da lareira, a meio da frouxa claridade, a curva das costas de Júlia, muito magras, aumenta mais o seu ar de desalento.» Manuel da Fonseca, Seara de Vento (1958)

«Germana, sua prima, era, por seu lado, um tipo fatídico das degenerescências, o artista, o produto mais gratuito da natureza e que se pode definir como uma inutilidade imediata.» Agustina Bessa Luís, A Sibila (1954)

«Pele morena, olho aveludado, tipo insinuante de marnoto, camisolita de xadrez azul e preto, calça branca muito justa, , à frente uma grande cesta vestida de oleado, em cujo interior destacavam duma alvura de toalha várias gulodices.» Abel Botelho, O Barão de Lavos (1891)

sábado, dezembro 22, 2018

é Natal


Krazy Kat, de George Herriman

música para salvar o ano: #10 «One Last Chance» (The Skids»

vozes da biblioteca

«Ao crítico, a esse homem que tem por missão recriar, interpretar, arrancar dos limbos da obscuridade a obra do artista para a fazer passar através duma luz verdadeira, nada do que é humano lhe pode ser alheio.» Manuel Antunes, «Críticos e autores. Simples reflexões» (1952), Legómena (1985, póst.)

«Não me recordo se li em qualquer parte, ou se fui eu que construí, casualmente, esta frase, que me parece certa: O jornalismo é a ciência da superficialidade.» Julião Quintinha, Imagens de Actualidade (1933)

«Ninguém me pode impedir de ter conhecido a Poesia, embora com abuso e violência.» Vitorino Nemésio, do «Prefácio» a Conhecimento de Poesia (1958) 

sexta-feira, dezembro 21, 2018

música para salvar o ano: #9 «Night Visiting Song» (Josie Duncan & Pablo Lafuente)

vozes da biblioteca

«As virtudes civis e, sobretudo, o amor da pátria tinham nascido para os Godos logo que, assentando o seu domínio nas Espanhas, possuíram de pais a filhos o campo agricultado, o lar doméstico, o templo da oração e o cemitério do repouso e da saudade.» Alexandre Herculano, Eurico o Presbítero (1844)

«ficámos um instante a perscrutar o exterior como se quiséssemos que enfim desabasse aquele céu pesado, mas não aconteceu nada.» Valter Hugo Mãe, A Máquina de Fazer Espanhóis (2010)

«Vou ser rainha dum minúsculo reino, de um reino de bonecas, frívolo e perfumado, mas no qual as minhas ordens serão sempre cumpridas e os meus desejos respeitados.» Diana de Liz, Memórias de uma Mulher da Época (póst., 1932)

quinta-feira, dezembro 20, 2018

é para acabar com o Aborto Ortográfico a manif de amanhã?

Contem comigo!
E, já agora, contra a porcaria da série canadiana que passa no segundo canal. Suspensão imediata. Vamos parar com tudo, pá!...
E o Pacto de Estabilidade e Crescimento, entra nas cogitações?


actualização: Vim no carro a ouvir a TSF. Não me lembro de me ter rido tanto em viagem matinal, à custa destes tontinhos.
Por falar em tontinhos: o pseudojornalismo tabloide que andou a alimentar isto enterrou-se mais uma vez; nada que os incomode, rapidamente passarão a outra coisa qualquer. Atrasos de vida, estão bem uns para os outros.

música para salvar o ano: #8 «Love Is Here To Stay» (Tony Bennett & Diana Krall)

é Natal

Hergé

quarta-feira, dezembro 19, 2018

música para salvar o ano: #7 ÍNDIOS DA MEIA PRAIA (Davide Zaccaria, Maria Anadon & João Afonso)

salvar a democracia do coma em que se encontra ou a cuspidela de Manso Neto na cara de um sistema moribundo


Se na altura, a doença era visível, hoje os miasmas que dela emanam são pestíferos e letais. O melhor exemplo da captura da sociedade portuguesa e do Estado pelos interesses particulares e ilegítimos nem é o do alegado falhanço no caso do helicóptero do INEM ou da estrada de Borba, se bem que no que respeita à resposta aos mega-incêndios de 2017, entre sirespes e boys colocados em lugares de comando, aí a nódoa já tinge e atinge os partidos do sistema de então, em especial PS e PSD.

Um exemplo da bandalheira a que o Estado foi reduzido é a revelação de Manso Neto, da EDP, ontem no Parlamento: a EDP faz propostas legislativas no seu próprio interesse, e apresenta-as aos governos, que teoricamente têm a palavra final. Nada de que não desconfiássemos, intuíssemos ou, nalguns casos, soubéssemos. No entanto, a declaração do gestor resultou, na prática, numa cuspidela em cheio na cara do sistema.

Não precisamos de chegar à corrupção, à satisfação de interesses ilegítimos ou outras malformações de que padece o sistema. A primeira causa para esta ignomínia, para esta vergonha que faz corar qualquer democrata, é a ideologia propalada pelos partidos que representam a larga confederação de interesses que domina o país, representados pelas organizações do outrora arco da governação, com o PS, mesmo quando não capturado pelos tais interesses, a fazer o papel de idiota útil ao seu serviço, com a pseudoideologia do estado mínimo, e que mais não foi do que o escancarar das portas à rapacidade das companhias apostadas no parasitismo -- mesmo que, sem vergonha, propalem os seus corifeus, generosamente avençados, para os malefícios do sector público. Ainda agora, a propósito da Lei de Bases da Saúde, António Costa, o muito prudente, terá resolvido pôr nos eixos a nova ministra Marta Temido, que parecia estar a tornar-se demasiado saliente.

O Estado tem cada vez menos massa crítica. Os que pensam pela sua cabeça, os incómodos, são colocados nas prateleiras, sempre foi assim. No entanto, o seu emagrecimento, a não-renovação dos quadros, a falta de uma meritocracia para o qual contribuíram a um tempo, embora com peso diverso, um sindicalismo boçal e nivelador por baixo e a captura dos departamentos pelos profissionais da política emanados das juventudes partidárias & equivalente, faz com que os serviços não tenham capacidade, por ausência de quadros ou de condições, para responder aos desafios complexos que lhe são colocados. Daí o triunfo, há muito denunciado, dos escritórios de advogados a fazer as vezes dos inexistentes ou irrelevantes gabinetes jurídicos dos vários departamentos ministeriais. Que admiração, pois, que um governo -- neste caso o de Sócrates, mas a prática já vem muito de trás -- peça à EDP que legisle em causa própria? Tudo foi feito, em muitos casos conscientemente, para que chegássemos a este ponto.

O estado a que isto chegou, dizia o nobilíssimo Salgueiro Maia, a propósito do impasse e do apodrecimento da vida política portuguesa em 25 de Abril de 1974, Claro que a resposta construtiva nunca virá dos macacos de imitação e outros animais do Facebook, com a palermice em segunda mão dos coletes amarelos. Receio, no entanto, que o sistema já não esteja reformável, e que só encostado à parede ensaie uma regeneração -- o que não é crível.  E nessa contingência, a mudança poderá inflectir para aspectos que repugnam a quem pretenda uma sociedade livre e mais justa.

É cada vez mais necessária uma refundação democrática, uma IV República, que revisse e alterasse radicalmente as formas de representação e funcionamento do Estado. É claro que tal não vai acontecer, nem há condições para uma reforma pensada do sistema, por várias razões:  da fraqueza das lideranças (Rui Rio, pela sua honestidade e frontalidade é uma excepção, infelizmente num partido irreformável, pela sua natureza de federação de pequenos e grandes interesses; o PCP é outra coisa, em que reside o melhor e o pior da democracia portuguesa); ou a implicação profunda no actual estado de coisas (PS, o PSD tradicional, CDS), ou ainda a franca inconsistência, e por isso desimportância, como o Bloco.

terça-feira, dezembro 18, 2018

música para salvar o ano: #6 «I Don’t Know» (Paul McCartney)

vozes da biblioteca

«Encheu de pranto o vestido, / Encheu de pranto os anéis... / E, sem soltar um gemido, / Chorou, num pranto sumido, / O seu passado perdido, / Os seus amores tão fiéis!...» Gomes Leal, «[A rainha de Kachmir], in Herberto Helder, Edoi Lelia Doura -- Antologia das Vozes Comunicantes da Poesia Moderna Portuguesa (1985)

«Nesse tempo o Sol nascia exactamente no meu quarto.» Manuel Alegre, «Rosas vermelhas», Praça da Canção (1965)

«"Quase e só quase, é a nossa condição -- quase outros somos não o sendo, e quase como nós o foram outros, e sempre nós e outrem, outrem e nós, nos fomos contando pela vida os números impossíveis de contar.» Pedro Alvim, «Quase», Os Jogadores de Xadrez (1986)


domingo, dezembro 16, 2018

música para salvar o ano #4 - CULPADA (Ala dos Namorados)

é Natal

 Chester Gould, Dick Tracy - Natal de 1942

música para salvar o ano - #3 BOCA DE SAL (Linda Martini)

vozes da biblioteca

«E história assim poderá ouvi-la a olhos enxutos a mulher, a criatura mais bem formada das branduras da piedade, a que por vezes traz consigo do céu um reflexo da divina misericórdia: essa, a minha leitora, a carinhosa amiga de todos os infelizes, não choraria se lhe dissessem  que o pobre moço perdera honra, reabilitação, pátria, liberdade, irmãs, mãe, vida, tudo, por amor da primeira mulher que o despertou do seu dormir de inocentes desejos?!» Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição (1862)

«Era uma ideia vaga; mais desejo que tenção, que eu tinha há muito de ir conhecer as ricas várzeas desse Ribatejo, e saudar em seu alto cume a mais histórica e monumental das nossas vilas.» Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra (1846)

«Mesmo na Transilvânia, com a densa obscuridade que projectam os cedros no espaço vegetal, , não se trata apenas de um aglomerado de árvores; há um acordo entre o sentimento humano e aquela formação botânica de raízes e ramos.» Agustina Bessa Luís, Os Meninos de Ouro (1983)

sábado, dezembro 15, 2018

música para salvar o ano #2 AO SOL DA MANHÃ (FLAK)

gavetas & gavetinhas (corrigido)

Tive sempre a mania das listas, das classificações, das compartimentações, etc. Lembrei-me agora de arranjar um bolgue para as músicas de que em cada ano mais gostei em cada ano, desde 2013, com a excepção não sei por que diabo de 2014, e está aqui.  Boas audições.
(Afinal também há 2014, esqueci-me de pôr a etiqueta...)

música para salvar o ano #1 A HAPPY THOUGHT (Kurt Elling)

sexta-feira, dezembro 14, 2018

vozes da biblioteca

«Com a entrada de Dean Moriarty começou a parte da minha existência a que posso chamar a minha vida pela estrada fora.» Jack Kerouac, Pela Estrada Fora (1953) (tradução de H. Santos Carvalho)

«Do telhado, uns bútios olharam-no com indiferença mesquinha: não era ainda carniça.», Graham Greene, O Poder e a Glória (1940) (tradução de António Gonçalves Rodrigues)

«É uma aldeola completamente escondida no coração da taiga, nessas selvas virgens e hiperbóreas do governo de Iakutsk.» Vladimir Korolenko, O Sonho de Macar (1885) (tradução anónima)

quarta-feira, dezembro 12, 2018

estampa CCCXLIII - Georgia O'Keeffe


vozes da biblioteca

«Ando no caminho da bela aventura, da sensação nova e feliz, como um cavaleiro andante.» Branquinho da Fonseca, O Barão (1942)

«Jorge enrolou um cigarro, e muito repousado, muito fresco na sua camisa de chita, sem colete, o jaquetão de flanela azul aberto, os olhos no tecto, pôs-se a pensar na sua jornada ao Alentejo.» Eça de Queirós, O Primo Basílio (1878)

«Só vozes ermas nos campos, ouço-as no calor parado da tarde.» Vergílio Ferreira, Para Sempre (1983)

terça-feira, dezembro 11, 2018

«Jumping From Love To Love»

Denis Mukwege e Nadia Murad


Isto sim, é verdadeiramente importante e tem um significado real. Uma activista que não se resignou ao tratamento infra-humano que uns animais de forma humana lhe aplicaram, criminosos reles que falam de Alá; e um homem que dedica a vida a minorar o sofrimento das suas concidadãs, vítimas de toda a soma de bestialidades, da cupidez â dominação cruel. Existe mal no mundo, sendo o mais poderoso e destrutivo o que não o tem estampado na cara, mas se mascara com frases bonitas, fato e gravata ou perfumes caros. São pessoas como Denis Mukwege e Nadia Murad que dão sentido à existência e mostram o vazio de noventa por cento do palavreado com que ocupamos o espaço público.  

segunda-feira, dezembro 10, 2018

vozes da biblioteca

«Porque ninguém ignora que os escritores, os artistas, os homens públicos, verdadeiros sinistrados da notoriedade, são permanentemente vítimas de malfeitores de vária natureza, conscientes ou inconscientes, que, com prodigiosa facilidade, mentem, fantasiam, deturpam, falsificam entrevistas, forjam trechos apócrifos, inventam biografias fraudulentas, tratam o nome, a dignidade, a personalidade dos homens em evidência como se fosse roupa-de-franceses.» Júlio Dantas, Páginas de Memórias (póst., 1968)

«Sofri demais para poder mentir.» Jaime Cortesão, Memórias da Grande Guerra (1919)

«Volto as gavetas sobre a minha mesa de trabalho, como se nela virasse o açafate doméstico, contendo apenas migalhas dos dias vividos, de que se aproveitam somente as aspirações e os sonhos.» Ferreira de Castro, do «Pórtico» de Os Fragmentos (póst., 1974).

domingo, dezembro 09, 2018

12 sinfonias: 7. Brahms, SINFONIA #1 (1876) - #4 Adagio - Più andante - Allegro non troppo, ma con brio - Più allegro

olha...


é só para avisar, ou 
eu que não tenho paciência, nem rabo, nem idade para me dizerem como me devo comportar, o que devo dizer, do que devo gostar, sejam asnais-fascistas ou eunuco-progressistas, a todos sugerindo que se vão foder, ou
agora é que este blogue vai passar a ser inseguro -- não pelas magníficas mãos e coxas que vão junto, mas pelas imagens muita sexistas que me darão na gana, quando estiver para aí virado, que é quase sempre, ou
e muito singelamente, 
imagens que me fazem tesão

quanto ao resto, é esperar que os coletes amarelos escaqueirem o CAC40


quinta-feira, dezembro 06, 2018

criadores & criatura

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René Goscinny, Jean Tabary e Iznogoud

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quarta-feira, dezembro 05, 2018

vozes da biblioteca

«A felicidade é uma resultante directa dos nossos sentimentos, da nossa tranquilidade, da satisfação plena de praticarmos o bem, -- portanto não existe.» Assis Esperança, Viver! (1921)

«E de cada vez que o moço interpelado se afastava, aborrecido ou indiferente, este noctívago caçador de efebos lá seguia em cata de outro, cortando os grupos, atravessando a rua, numa incoerência de vertigem, não se sabia bem se tiranizado por um vício secreto, se esmagado por uma feroz melancolia.» Abel Botelho, O Barão de Lavos (1891)

«Nesta casa enorme e deserta, nesta noite ofegante, neste silêncio de estalactites, a lua sabe a minha voz primordial.» Vergílio Ferreira, Aparição (1959)

«Little Child Running Wild»

segunda-feira, dezembro 03, 2018

50 discos: 29. POWER IN THE DARKNESS (1978) - #6 «2-4-6-8 Motorway»



os livros de Novembro

A Modernidade -- Um Projecto Inacabado, Jürgen Habermas (1981)
Belém do Pará (1616-2016), VV. AA. (2016)
Germinal, Émile Zola (1885)
Maria Lamas, Mulher de Causas, José Gabriel Pereira Bastos (2017)
Maus -- A História de um Sobrevivente, Art Spiegelman (1973)
Maus -- II Assim Começaram os Meus Problemas (1986)
O Amante Japonês, Armando Silva Carvalho (2008)
O Mundo às Avessas -- O Manicómio Contemporâneo, João Maurício Brás (2018)
Para Chegar a uma Estrela, Vergílio Alberto Vieira (2005)
Um Passado Imprevisível, Ernesto Rodrigues (2018)
Um Projecto Libertário, Sereno e Racional, João Freire (2018)

domingo, dezembro 02, 2018

vozes da biblioteca

«Foi isto ontem à noite, / este esplendor no escuro e antes de dormir» Ana Luísa Amaral, «Das mais puras memórias: ou de lumes», Escuro (2014)

«Lá fora // -- um frio só / de rua fria.» Pedro Alvim, «Dia 1», A Esfera dos Dias (1985)

«Pegou no copo, com graça, / E brindou, em língua estranha...» Gomes Leal [A Rainha de Kachmir], in Herberto Helder, Edoi Lelia Doura -- Antologia das Vozes Comunicantes da Poesia Moderna Portuguesa (1985)

12 sinfonias: 6. Bruckner, Sinfonia #4 (1874) - IV. Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell

estampa CCCXLII - Karl Nordström


A Noiva do Artista (1885)

sábado, dezembro 01, 2018