sexta-feira, dezembro 31, 2010

Cordilheiras do Riff 2010 - 6/6

The Rolling Stones, Shake Your Hips. British blues, certo? Repare-se no dedilhar de Keith Richards e no trabalho de baquetas e bombo de Charlie Watts. Postado em 28 de Abril.



Sarah McLachlan, Fallen. Posso dizer que a adoro? Ok, adoro-a. Postado em 2 de Setembro.



Van Morrison, Days Like This. E para terminar esta listinha do melhor que por aqui passou no ano que hoje finda, o enorme Morrison, Van the Man. Postado em 8 de Setembro.

quinta-feira, dezembro 30, 2010

porque sim

Tori Amos
foto: Cindy Palmano
Se tudo é morte além, por que, a sofrer sem calma / Erguendo os braços no ar, havemos de sentir / Estas aspirações, como asas dentro da alma?
Olavo Bilac

Cordilheiras do Riff 2010 - 5/6

Nat King Cole, I've Grown Accustomed To Her Face. Cole (1919-1965), o meu crooner favorito (que, além do mais, era um excelente pianista). Um minuto e cinquenta e sete segundos para a eternidade. Postado em 10 de Maio.

Otis Redding,  Try A Little Tenderness. De cortar a respiração, Otis (1941-1967) no ano da sua morte.
Postado em 16 de Março (com um abraço à GJ, pelo comentário).


Peter Bruntnell, False Start. Um melancólico e soberbo country-folk. Postado em 1 de Fevereiro.


boas maneiras

Björk
foto: Nick Knight

quarta-feira, dezembro 29, 2010

hoje é a hora exacta em que até o vento / até os pássaros desistem
José Luís Peixoto

Cordilheiras do Riff 2010 - 4/6

Louis Armstrong, Someday. O que escrevi sobre a Kate Bush vale também para o Armstrong (1901-1971): único e incomparável. Ninguém soprava como ele, ninguém cantava como ele. Postado em 7 de Novembro.


The Mamas & The Papas, California Dreamin'. Que dizer a propósito de uma obra-prima com pouco mais de dois minutos de duração? Nada, não me apetece. Só ouvir. Postado em 20 de Março.


Miles Davis, So What. Tema inaugural do histórico Kind Of Blue (1959), aqui sem Bill Evans, substituído por Winton Kelly, nem Cannonball Adderley no sax alto, mas com Paul Chambers e Jimmy Cobb, contrabaixo e bateria (o último (ou)vi-o tocar no Estoril, 50 anos depois). Chambers marca a entrada de Miles (1926-1991), segue-se um solo fantástico do jovem Coltrane, depois Kelly ao piano com um beat contagiante, regressa Miles, primeiro trompete em diálogo com piano, a seguir apoiado pelos sopros da orquestra de Gil Evans (que me parece swingar lá atrás no estúdio), para a secção rítmica encerrar, pelos dedos de Chambers. Postado em 20 de Maio.


terça-feira, dezembro 28, 2010

Todos llevamos un bufón y un ángel / un santo y un verdugo / un borracho y un sabio
Mario Benedetti

Cordilheiras do Riff 2010 - 3/6

Fuzigish, Monique. Banda ska-punk (digam skapunk...) de Joanesburgo, lembra-me os primeiros Police, de Outlandos d'Amour. Do caraças. Postado em 20 de Abril.


Joe Williams, Here's To Life. Se tivesse de escolher apenas uma de todas as músicas que postei este ano n'O Vale do Riff, seria esta, do grande Joe Williams (1918-1999). A perfeição é isto. Postado em 18 de Janeiro.


Kate Bush, The Saxophone Song. Única e incomparável, tem sempre lugar aqui. Postado em 6 de Julho.

José Agostinho Baptista

5 poemas, aqui.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Vim, com a escura coragem, / de um réu antigo e selvagem.
Carlos Nejar

Cordilheiras do Riff 2010 - 2/6

Eric Bibb, I Heard The Angels Singing. Mais puro blues: um homem na encruzilhada, entre Deus e o Diabo, a salvação e a perdição, tema caro aos velhos bluesman dos primórdios do século XX, menestréis párias que iam de terra em terra com a guitarra ao ombro. Fantástico Eric Bibb, novaiorquino a viver em Londres, afilhado do grande barítono Paul Robeson. Postado em 22 de Junho.



The Felice Brothers, Frankie's Gun. E depois dos blues, o folk com travo dylanesco. Ruralidade tresandada nesta banda, também de Nova Iorque... (As melhores raízes estão nas cidades.) Postado em 7 de Dezembro (com abraços à minha irmã, Vera, e à Nathalia Russo, pelos comentários).



Frank Zappa, Muffin Man. Além de tudo o que representa, na música e na atitude, verdadeira ave rara, Zappa (1940-1993) foi também um rocker de alto coturno, verdadeiro guitar hero, como aí fica. Postado em 10 de Outubro (com um abraço à Mónica, pelo comentário).

domingo, dezembro 26, 2010

Eu não posso entender por que respeito / Me querem magoar; mas o que entendo / É que me fazem mal sem ter mal feito.
Frei Agostinho da Cruz 

Cordilheiras do Riff 2010 - 1/6

Albert King, The Sky Is Crying. Lucy geme e chora por mais. Lucy é a guitarra de Albert King (1923-1992), um dos maiores guitarristas de blues, alguém que os tinha no sangue (em criança trabalhara numa plantação de algodão...) Este standard de Elmore James mostra-o à saciedade. Postado em 23 de Fevereiro.




Björk & Antony, The Dull Flame Of Desire. Dois extraterrestres, Björk e Antony Hegarty (Antony And The Johnsons). Um tema transbordante de paixão: o desespero das vozes, a percussão, o assombroso arranjo dos metais, da batuta da islandesa incrível. Postado em 5 de Dezembro (com saudações à Mónica e à Valquíria Oliveira Calado, pelos comentários).



Cassandra Wilson, Easy Rider. Mais um standard, desta vez de Blind Lemon Jefferson, a que a extraordinária Cassandra Wilson se dá com o vigor que se ouve. Ela tem em si os blues (as raízes), o jazz, a soul, e vem até ao rock. Música de fusão. Música de verdade. Portentosa. Postado em 14 de Abril.

Cordilheiras do Riff 2010

















Depois de escolhas difíceis, algo do que mais gostei de postar n'O Vale do Riif, este ano. 

sexta-feira, dezembro 24, 2010

quinta-feira, dezembro 23, 2010

O vale do Riff - Natal 2010 - Bruce Spingsteen, «Santa Claus Is Comin' To Town»

longe a filosofia, hélas

Diz o estóico e escravo: «Sempre que alguém te acusar de nada saberes e não te sentires atingido, sabe que só então começas de facto a ser filósofo.»* É perfeito, mas depende da cavidade oral de onde provém a acusação, apesar de tudo...

*Epicteto, A Arte de Viver, introdução, tardução do grego e notas de Carlos A. Martins de Jesus, Lisboa, Edições Sílabo, 2007.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Dis-le belle, sorcière, oh! dis, si tu le sais, / À cet esprit comblé d’angoisse
Charles Baudelaire

segunda-feira, dezembro 20, 2010

calha-nos a todos, por um lado ou por outro

Os poetas falam à alma dos simples, dos tristes e dos doentes, e é por isso que são eternos... Octave Mirbeau
Diário de uma Criada de Quarto (trad. Adelino dos Santos Rodrigues)

sábado, dezembro 18, 2010

Antologia Improvável #457 - José Correia Tavares (2)

Na gíria que não magoa
matriz lírica do fado
diz-se cachorro de proa
o teu seio levantado

O Grande Livro dos Cães

sexta-feira, dezembro 17, 2010

You Will Meet A Tal Dark Stranger - O meu Estoril Film Festival 2010 (26)

You Will Meet A Tal Dark Stranger, de Woody Allen (EUA e Espanha, 2010). «Fora de competição».
Comédia de enganos, um característico Woody Allen, longe do magnificente «Ana e as Suas Irmãs», mas um bom filme -- que ele não faz filmes maus. No texto que se transcreve no Catálogo, diz ele que andamos todos aqui cheios de fintas e truques, para no fim ficar o nada. (O tal aforismo de Shakespeare:  «a vida não é mais que uma sombra passageira, um pobre actor que se pavoneia e agita uma hora em cena e que ninguém mais ouve; é um conto dito por um idiota, cheio de som e fúria, mas que nada significa.» (Macbeth) Grandemente melancólico, como uma tela de Ensor.


quinta-feira, dezembro 16, 2010

Winter's Bone - O meu Estoril Film Festival 2010 (26)

Winter's Bone, de Debra Granik (EUA, 2010). «Fora de competição».
Que filmaço, minhanossasenhora, que filmaço! Vou transcrever as minhas anotações, durante a projecção:
"White trash das Orzak Mountains";
"Clãs";
"Jesup fabrica anfetaminas";
"tragédia shakespeareana o pai morto, a mãe louca, o tio";
"Um ambiente de Twin Peaks negro por detrás da vida normal. A música aspira  a um [...?] country";
"Jeniffer Lawrence".

O Vale do Riff - Queen, «We Will Rock You»

José Gomes Ferreira

5 poemas, aqui.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Tournée - O meu Estoril Film Festival 2010 (25)

Tournée, de Mathieu Amalric (França, 2010). «Fora de competição».
Normalmente embirro com o Mathieu Amalric, com tendência para o canastrão. Não aqui, neste seu filme, em que interpreta um anti-herói perfeito, um empresário francês que recruta um punhado de artistas do new burlesque, propondo-se realizar uma tournée em França, pelas cidades portuárias primeiro, culminando em Paris. O filme mostra-nos essa digressão, que termina de modo diferente do planeado; e o bright side desse burlesco, música, champanhe e  mulheres planturosas - que bem se sentem elas na sua pele --, com destaque para a fantástica Miranda Colclasure. Mas nem tudo são lantejoulas, obviamente. Gostei.

D. Dinis

5 cantigas d'amor, aqui.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Tilva Ros - O meu Estoril Film Festival 2010 (24)

Tilva Ros, de Nicola Lezaic (Sérvia, 2010). «Em competição».
Foi o vencedor do Festival. Ideia à partida interessante: filme sobre adolescentes numa cidade estagnada da província sérvia, que filmam ao estilo «jackass», embrenhados no seu próprio mundo e interesses, como é próprio; e o desfasamento que se verifica com o mundo dos adultos, preocupados com outras coisas -- filhos, trabalho, sobrevivência. A partir de certa atura, torna-se redundante.

Trash Humpers - O meu Estoril Film Festival 2010 (23)

Trash Humpers, de Harmony Korine (EUA, 2009). «Fora de competição».
Foda-se.

O Vale do Riff - Count Basie & Ella Fitzgerald, «Oh, Lady Be Good»

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Sopa de feijão - o meu Estoril Film Festival 2010 (22)

Não me posso esquecer da sopa de feijão do Jackpot, juntamente com o prego, sempre aqui louvados. Nada sabe melhor, após uma sessão do Festival, que uma surtida rápida ao velho restaurante frente ao Casino para comer-lhes a sopa quente e a carne tenra. (Este ano o tempo esteve ameno, mas a sopa foi à mesma, e com gosto, deglutida).
imagem

domingo, dezembro 12, 2010

Shi - O meu Estoril Film Festival 2010 (21)

Shi (Poetry), de Lee Chang-dong (Coreia do Sul, 2010). «Fora de competição».
Um dos melhores filmes a que assisti no Festival, questiona(-nos) sobre o papel da arte (neste caso, a poesia, mas podemos começar logo pelo cinema e por este filme, em concreto) numa sociedade desumanizada. Recorda-me um grande romance de Mircea Eliade, Bosque Proibido, em que a personagem principal, estando a viver em Londres durante os bombardeamentos alemães, se escondia nas estações do metro, uma espécie de rato em fuga, ele e os demais londrinos; mas Stefan levava sempre no bolso um voluminho dos Sonetos de Shakespeare, para se lembrar da sua humanidade. Assim este filme maravilhoso de Lee Chang-dong: quando nos apercebemos que vivemos no meio do lixo da natureza humana, ou, mais preciso: quando nos apercebemos que temos a porção de instinto e maldade que nos avilta, a arte vem lembrar-nos que não somos só animais.

Luís Cardim

5 traduções suas, aqui.

O Vale do Riff - The Doors, «Tell All The People»

sábado, dezembro 11, 2010

caderninho

De tudo quanto gastamos, o mais caro é o tempo. Antifonte
In Maria Helena da Rocha Pereira, Helade -- Antologia da Cultura Grega

Nina Romic' - O meu Estoril Film Festival 2010 (20)

Acabara de ver «Oca», do esloveno Vlado Skafar, quando irrompe isto nos créditos. A croata Nina Romic, ou Nikolina Romic. Apontei o título, às escuras: «Ljubav se ne trzi». Aqui vai.

Romanticism, fotografia de Lou Reed - O meu Estoril Film Festival 2010 (19)

O nova-iorquino por entre jardins e ruínas, paisagens despojadas de humanidade, toda ela concentrada no olhar romântico dele. Os românticos sempre precisaram de recolhimento para depois mergulharem no torvelinho dos dias.

acordes nocturnos

sexta-feira, dezembro 10, 2010

quinta-feira, dezembro 09, 2010

figuras de estilo

O jornalismo vive intensamente a hora que passa e, na pressa do dia-a-dia, o hoje é amanhã um ontem já caduco, como as folhas impressas que são já folhas mortas, varridas por um melancólico vento de Outono...
João Bigotte Chorão, Páginas Camilianas e Outros Temas Oitocentistas

O Vale do Riff - Dr. Feelgood, «Down At The Doctors»

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Road To Nowhere - O meu Estoril Film Festival 2010 (18)

Road to Nowhere, de Monte Hellman (EUA, 2010). «Fora de competição».
Um característico "filme dentro do filme": realizador fascinado pela história de um crime, depois pela actriz que interpreta a protagonista, até que o próprio set é palco de crime, também. Tudo um bocado em roda livre. Ressenti-me, talvez por chegar atrasado...

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Poursuite - O meu Estoril Film Festival 2010 (17)

Poursuite, de Marina Déak (França, 2010). «Em competição».
A vida como turbilhão no pequeno nada da insignificância quotidiana. Amores, desamores, filhos no centro e à margem, a fúria de existir para além das máscaras, as máscaras e a vida que nos encurrala. Bem esgalhado.

José Bento

5 traduções de Angel Crespo, Cesar Vallejo, Federico García Lorca e Gustavo Adolfo Bequer, aqui.
(foto)

domingo, dezembro 05, 2010

O Vale do Riff - Björk & Antony, «The Dull Flame Of Desire»

Oca - O meu Estoril Film Festival 2010 (16)

Oca («Dad»), de Vlado Skafar (Eslovénia, 2010). «Em competição».
Um filme ternurento e melancólico que ilustra o outro lado dessa tragédia que afecta grandes e pequenos seres, todos os dias, em todas as latitudes: a separação dos pais. «Oca» é o encontro beatífico que se processa entre um filho e o seu progenitor, algo tenso de início, em grande cumplicidade (palavra horrível...) depois; é também o retrato, segundo Skafar, dum ambiente de paz (um Domingo), entre cinco dias de "guerra". Daí que, após a beatitude de uma tarde de amor, passada entre pai e filho, suceda a jornada na fábrica, com as suas lutas e as suas incertezas. Filmado na fronteira da Eslovénia com a Hungria, região natal do realizador, conta com dois magníficos actores amadores, muito bem dirigidos, que podemos espreitar no trailer em baixo.

Obratnoe Dvizhenie - O meu Estoril Film Festival 2010 (15)

Obratnoe Dvizhenie («Reverse Motion»), de Andrey Stempkovsky (Rússia, 2010). «Em competição».
Um filme pesado, como pesada é a situação que ele retrata: os efeitos colaterais da(s) guerra(s) que os russos vão tendo no Cáucaso; os que ficam, os pais, as companheiras, os filhos. Neste caso, uma mãe vai aguardando notícias do filho desaparecido em combate; com o tempo, afeiçoa-se a uma criança caucasiana, das milhares que migram para a mãe Rússia em busca de oportunidade e vida melhor. O grande mérito de «Reverse Motion» é a recusa do convencional filme de guerra, em favor do lado silencioso dela; e, neste aspecto, é soberbo o desempenho de Olga Demidova, no papel da mãe, tão contido, tão intenso na representação da impotência do desgosto.


sábado, dezembro 04, 2010

Sven-Olof Molin - O meu Estoril Film Festival 2010 (14)

Não percebo nada do que ele canta, mas é um músico e tanto, que descobri no estupendo «Framtidens Melodi» («Song of Tomorrow»). Um dúvida: no YouTube aparece também como Anders Standig. Afinal como se chama ele? Talvez a Joana me possa esclarecer... 

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Machete - O meu Estoril Flm Festival 2010 (13)

Machete, de Robert Rodriguez e Ethan Maniquis (EUA, 2010). «Fora de competição».
«Machete» lembra-me os filmes que eu via no cinema dos Salesianos do Estoril: pancadaria a rodos e gags afinados, por vezes alarvóides; só as miúdas é que não eram tão espectaculares, porque os tempos eram outros e aquilo era um colégio de padres... É um filme formidável para desopilar, daqueles que gostamos de ver nas sessões da meia noite, para ficarmos mais bem dispostinhos. Robert de Niro, Steven Seagal e Don Johnson são os maus; Dany Trejo é Machete, uma espécie de Zorro dos imigrantes ilegais; as raparigas estão muito bem representadas (ver trailer). Para além da parada de estrelas e do apurado sentido do cómico, há um outro aspecto, que Manuel Halpern, no JL da semana passada, muito bem viu: a questão política, social e cultural da comunidade hispânica migrante no sul dos Estados Unidos, com os vários problemas de integração que acompanham sempre os migrantes: da exploração à xenofobia. Um filme do caraças.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

yeah!... -- Sonata em lá menor K.54 de Domenico Scarlatti (o Senhor Escarlate, segundo José Saramago), da corte de D. João V, por Andrey Pracht

Letters to an Angel - O meu Estoril Film Festival (13)

Letters to an Angel, de Ermeck Shinarbayev (Casaquistão, 2009). («Fora de competição»)
Uma surpresa que não estava no programa, trazida pela mão de John Malkovich. Um filme sobre o tema eterno das relações amorosas e dos desencontros inerentes. Curiosamente, ou talvez não -- não estamos nós no fascinante terreno de encruzilhadas civilizacionais da rota da seda? --, Shinarbaev, que tem os dois pés na modernidade, deixou pelo menos os calcanhares na tradição. Gulnara a personagem que conta a sua história após one night stand, remeteu-me irresistivelmente para Xerazade (admito o cliché); por outro lado, a perspectiva com que captou edifícios de Alma Ata, evocaram-me alguns planos novaiorquinos de Woody Allen.