quarta-feira, março 09, 2016

microleituras

Gustave Flaubert, Uma Alma Simples (1877)A história descarnada de Felicidade, a pobre alma simples, pura e ingénua, uma criada-de-servir, uma sopeira, cujo trajecto humílimo pela existência nos é contado pelo criador da Bovary, veio-me logo à memória Homer Clapp, a personagem do comovente poema de Egar Lee Masters. Felicidade, tal como Homer é um desses bobos da vida, alguém que transita do berço ao túmulo, à espera -- ou desesperando -- que a vida lhe seja compassíva. No meio de todo este desengano, Flaubert, esse perverso desalmado -- consegue arrancar-nos algumas gargalhadas. Uma Alma Simples é um dos Trois Contes, publicados em 1877.

incipit: «Durante meio século as donas de casa de Pont-l'Evêque invejaram à senhora Aubain a sua criada Felicidade.»
(também aqui)

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