quarta-feira, junho 29, 2011

"Project Of The Replicants

Será o nome da minha banda prog. Descubram a vossa, aqui.

António Botto

5 poemas, aqui.

figuras de estilo - Ruben A.

A vida continuava normal, dromedária.
A Torre da Barbela

segunda-feira, junho 27, 2011

Só a linha recta ousa o infinito!
António Arnaut

domingo, junho 26, 2011

O Vale do Riff - U2, «Bad»

figuras de estilo - Ruben A.

Sabe, isto de ser cristão e filho de Deus também tem os seus quês. Não andamos bem à solta, atravessa-nos um solstício na alma que nos põe a latejar os sentidos. Olhe, eu, pelo sim, pelo não, se um dia peco, no outro guardo abstinência. E a confissão é só com o Abade da Moutosa, que está meio surdo...
A Torre da Barbela

José Jorge Letria

5 poemas, aqui.

sábado, junho 25, 2011

revisitação - The band

The Band, «It Makes No Difference», ou quando um sax faz diferença.

tag para Elvis Costello

daqui

tag para os Clash

daqui

tag para os Genesis

daqui

figuras de estilo - Ruben A.

O fumeiro de Beringela era de nomeada, aquém e além-fronteiras. Vinham enviados especiais e plenipotenciários a fim de conseguirem bons fornecimentos para os reis da Etiópia, da Suécia e das terras longínquas do Camboja e do Tibete. Os Orientais consideravam enguias fumadas como a maior especialidade do ocidente. No Oriente comiam as enguias com rolos de paprica; e o combinado embebido numa aguardente de arroz, meia alcoólica, quase doce, dava ao comedor um paladar exótico, de resultados fortíssimos. Com duas enguias preparadas à la Samorai ficava um homem prostrado, sem dar acordo. Então sonhava-se, e a tradição reza que o sonho provocado pelas enguias despertava sensações requintadas, mais potentes que as do ópio.

O Vale do Riff - Talking Heads, «Psycho Killer»

quinta-feira, junho 23, 2011

o meu Doc Europa III - I uma tarde e três noites

No fim-de-semana passado, pela primeira vez em Cascais, no Museu Paula Rego, o Doc Europa, sob o mote «A União Europeia dos Cidadãos -- Como Habitar Este Presente?» 27 filmes dos 27 países da UE, agrupados com uma coerência interna. Desses 27, vi dez exercícios sobre o amor e ódio; o medo, as margens e as (des)ilusões. Nos próximos dias darei as minhas impressões. Para já, lamento apenas a  pouca adesão do público, não por falta de divulgação, mas porque o público não existe. Porquê? Isso daria para outro (ou vários) post(s). 

terça-feira, junho 21, 2011

O tempo já me pôs as mãos na cara, / É em caveira que ela me evolui
José Régio

domingo, junho 19, 2011

Antologia Improvável #475 - Fabrício Marques

FICANDO TARDE

Estou ficando tarde. E o tempo
vai carpindo antes do tempo
rugas de cansaço e lucidez.

Com ar de melancolia
(Estou ficando tarde)
percorre o rosto um sorriso.

As horas se gastam, amarelam
como quando a vida arde
-- ó albor -- na pele, sem aviso.

Na Virada do Século -- Poesia de Invenção no Brasil
(edição de Caudio Daniel e Federico Barbosa)


quinta-feira, junho 16, 2011

Viesses tu, Poesia, / e o mais estava certo.
Sebastião da Gama

terça-feira, junho 14, 2011

Pezarat Correia: o atrevimento e a a pouca vergonha

Um marcelino qualquer censurou um artigo de Pezarat Correia, a propósito da possível nomeação de Paulo Portas como Ministro dos Negócios Estrangeiros. Como se pode ver aqui, trata-se de um escrito de pura opinião, sem derivas para assuntos de mau gosto, de um exercício da mais legítima liberdade de expressão, ainda por cima assinado por um homem de craveira intelectual (os seus livros, os seus artigos, as suas intervenções evidenciam-no) e militar do 25 de Abril. É evidente que um homem limpo não se deixa sujar por uma nódoa, e até uma nódoa pode fazer as vezes de condecoração. Mas o atrevimento de um qualquer marcelino, não deve passar sem mais.

segunda-feira, junho 13, 2011

O Vale do Riff - Blackfield, «Once»

revisitação - Joaquim Rodrigo

«S. M.», de Joaquim Rodrigo -- ou uma ilustração possível das Aventuras do Capitão Galvão e o «Santa Liberdade».

Museu de Serralves

domingo, junho 12, 2011

tree of life

«A Árvore da Vida», de Terrence Malick: o Homem como enigma; o Cinema como grande arte.

sexta-feira, junho 10, 2011

quarta-feira, junho 08, 2011

revisitação - Kate Bush

Kate Bush, «Violin». Entre o prog e o punk, com algum burlesco pelo meio.

terça-feira, junho 07, 2011

O Vale do Riff - Styx, «Best Thing»

bolas

 acabou "O Mentalista"! lá vou deixar de ver o Boca de Sapo do Patrick Jane e a Theresa Lisbon...

segunda-feira, junho 06, 2011

revisitação - Louis Le Nain


Galeria: «O Descanso do Cavaleiro», atribuído a Louis Le Nain (sécs. XVI-XVII). Ou a passagem do tempo no Antigo Regime.

Victoria & Albert Museum

revisitação - Neal Adams

Tenho heróis e também super-heróis: o maior deles é o Batman, aqui desenhado por Neal Adams.

domingo, junho 05, 2011

regiano

Quando voto pelo primeira vez no BE, ele descalabra. Assim é que é!

O Vale do Riff - The Pineapple Thief, «3000 Days»

revisitação - D. Carlos I

D. Carlos I (a bordo do iate «Amélia»): ele é que nos topava...

sábado, junho 04, 2011

Antologia Improvável #474 - Francisco de Sousa Neves

ODE À ÁFRICA

Eu sei das matas onde o pé humano
É como um espanto para a terra nunca semeada
E sei dos bosques sagrados onde o latim
Jamais penetra para dar um nome às árvores.
Esta é a terra prometida à derradeira
Estação dos deuses no nosso planeta
Terra do início da era da máquina
Ainda fresca do húmido sopro da criação
Com rios e afluentes da palavra fácil
E nervação abertamente fecunda.
Floresce o raciocínio como um olfacto
Mais apurado a expensas do instinto
Esbanjam os espaços seu pródigo rasgo
No grito sem luxo das orquídeas selvagens
Talvez de novo as palavras eu desperte
Limpas de barro e enxutas de antigo.
Meu passo busca não a ária dos pastores
Com poemas ao bom-senso dos rouxinóis
Mas esta luz lançada como um harpão
À misteriosa substância do futuro.
Minha poesia é aqui: onde o espaço
Ainda não se cansou do rosto humano
Onde as palavras antes da moeda inventada
São a permuta da água pelo ouro.

No Reino de Caliban III
(edição de Manuel Ferreira)

outros tons - Entre Aspas, «O Perfume»

quinta-feira, junho 02, 2011

Si je vous le disais pourtant, que je vous aime, / Qui sait, brune aux yeux bleus, ce que vous en diriez?
Alfred de Musset

quarta-feira, junho 01, 2011

O Vale do Riff - Bill Evans, «Waltz For Debby»

porque vou votar no Bloco, pela primeira vez

Surpresa!... Eu, alérgico ao BE desde a primeira hora, vou votar nele -- com reservas mas com algum entusiasmo, diga-se, embora não tenha ilusões quanto às consequência do meu voto.
Dois factores determinantes para que vá exercer o voto desta forma: sempre me foram antipáticas as origens do Bloco: PSR, UDP (credo!) e ex-PCP, sem garantias portanto de um entendimento liberal da democracia que perfilho. Mas tenho verificado que, ao contrário do que sucede no PCP, por várias vezes e em diversas ocasiões, o BE tem convivido com as divergências políticas que se exprimem no seu seio e cá fora se manifestam. É um bom sinal.
Em segundo lugar: Louçã, de quem nunca fui fã, para além da sólida preparação económica e política com que se apresentou nos debates, soube esgrimir as suas divergências com elevação e pertinência (esteve, aliás, muito bem com Passos Coelho e com Portas); por outro lado, não tem um discurso submisso, de vencido; pelo contrário -- e aqui está com o PCP --, apresenta alternativas à política económica, sem um discurso antieuropeísta e patrioteiro -- e aqui afasta-se do PCP.
Não me apetece votar em quem apela à submissão, nem alinho pelas criaturas engravatadas muito assustadas que invadem o espaço mediático proclamando que temos de ganhar o respeito dos mercados -- sem terem a decência de afirmar que os tais mercados não se dão ao respeito.

porque não voto no PS

O PS é o partido da minha área política. Está, porém, cada vez mais parecido com o PSD. Gente com quem me identifico, Ferro Rodrigues, Manuel Alegre, não são mais que flores na lapela de Sócrates. Claro que o meu voto não é determinado por Sócrates. (O que se tem visto por aí em relação a Sócrates é dum patetismo que caracteriza bem este país de futebóis e revistas do coração). 
Tenho vários problemas com o PS. Mas o que agora determina o meu não-voto é a postura de pura desistência, de braços caídos diante de uma situação interna e externa que um partido à esquerda não pode deixar de sinalizar. Em vez disso, o PS mais não quer ser do que o garante do bom comportamento dos cidadãos perante os "mercados", triste figura que o equipara à inanidade contabilista dos cavacos e outras ferreiras leites. Para moderações destas, que mais não são do que uma garantia de domesticação, eu não contribuo.  

porque não voto no PSD

O puro pragmatismo, o desenrascanço, o vazio doutrinário, a aflitiva indigência dos dirigentes (com todas as excepções). Ideologicamente vazio, o Poder que pretende conquistar é pasto para as clientelas. Passos Coelho pode ser muito simpático, honesto e bem intencionado, mas votar em líderes numas legislativas é uma forma básica e imatura de exercer o voto. Portanto, passo.

porque não voto no PCP / CDU

Não vale a pena, francamente, gastar muito latim com o PCP. Ideologicamente firme, com a firmeza de uma seita,  a sua perversão doutrinária, para quem tivesse dúvidas quanto à teoria, já foi demonstrada na prática, através de todas as uniões soviéticas, chinas, albânias, cubas e coreias do norte deste mundo. O marxismo-leninismo faz-me lembrar a santa madre igreja e a sua inquisição, quando impunha a fogueira como penitência; neste caso, em nome de um horizonte social beatífico, foram impostos os regimes mais repressivos e tirânicos que o século XX conheceu, com excepção do nazismo (nada se compara com o nazismo). Como disse o Júlio Pomar quando acompanhou Soares em visita à URSS: "ver para descrer". Mas nem é necessário ir ver: basta ler, do pensamento e prática intolerantes de Marx, ao Avante! do mês passado, a propósito da questão síria; ou, se quiserem, ler o Orwell, o Koestler, o Soljenitsine... Não mudaram, não querem mudar. Estão no seu direito; mas numa sociedade livre serão sempre residuais.

porque não voto no CDS

Politicamente, estou muito mais próximo do CDS do que de outras forças políticas à esquerda, em que me reconheço. Basta o CDS ser um partido liberal. O seu conservadorismo nos costumes também não me causa mossa: os costumes estão na esfera da liberdade individual que cabe a cada um. Não voto no CDS basicamente por duas razões: o seu discurso aparentemente social cristão é falso. O CDS é um partido de classe, exactamente como o é o PCP; e, dada a sua pequena dimensão, nunca conseguirá libertar-se do nicho de interesses que efectivamente representa. O alarde que Portas faz das preocupações sociais do partido, se forem entendidas de forma benigna, não são mais do que uma perspectiva caritativa e esmoler dos pobrezinhos; se quiser ser mais severo, diria que me faz lembrar os beatos falsos, que andam sempre com nosso senhor na boca, desdizendo-se à primeira oportunidade. Talvez fosse bom para o país que o CDS fosse a segunda força política, obrigando-se assim a libertar-se dos casulos em que se encerra.