sexta-feira, outubro 21, 2011

quarta-feira, outubro 05, 2011

O Último Abencerragem

Caros confrades e amigos. O Abencerragem foi objecto de sabotagem, vá lá saber-se porquê..., a partir da Coreia do Sul, tanto quanto pude apurar. Fica por aqui, seis anos e meio depois do primeiro post. Quem me quiser visitar, poderá fazê-lo na plataforma do Sapo, n'O Último Abencerragem.

domingo, setembro 25, 2011


Hans Christian Andersen por  Jean Cassou:  O seu amor pela querida pátria dinamarquesa, a sua intimidade com um soberano acessível e bom, a sua luta com críticos mal intencionados, luta essa em que evidenciou uma adorável susceptibilidade, as suas amizades superficiais e ingénuas com escritores ilustres e mulheres de grande beleza, tais são os principais temas de uma existência infinitamente original, infinitamente ávida e curiosa e a que o mundo jamais fez perder o segredo de tudo transpor para uma atmosfera de pueril féerie.

sexta-feira, setembro 23, 2011

José Niza (1938-2011)

tão grande quanto a simplicidade o permite

quinta-feira, setembro 22, 2011

outros tons - Luís Cília, «A Bola»

Aristides Pereira

Fundador do PAIGC e primeiro PR de Cabo Verde, Aristides Pereira foi um dos grandes africanos do século XX, e, pelo exemplo, um líder de craveira mundial.

quarta-feira, setembro 21, 2011

revisitação - Frederick Arthur Bridgman

«No Terraço», de Frederick Arthur Bridgman. Um americano ao encontro de mouras encantadas.

segunda-feira, setembro 19, 2011

figuras de estilo - Abel Botelho

Entretanto Alda, progressivamente desinteressada da conversa fora sentar-se junto do Bolacheira; e num grande e aplicado interesse tudo era agora seguir-lhe a harmoniosa ginástica dos dedos pela guitarra. Não sei que flâmea tentação, que diabólico sugesto, que amavioso filtro irresistível a traspassara de repente... que o bárbaro planger do canalha instrumento e a garatujada solfa do malandrim monopolizaram-lhe por inteiro a atenção, e eram naquele instante os pólos do seu querer, o norte da sua vontade...
O Livro de Alda

domingo, setembro 18, 2011

figuras de estilo - Abel Botelho

E eu, mole duma voluptuosa embriaguez, eu com a fala tomada, o peito opresso, os dentes perros, e nos nervos marinhando um tremor de ansiedade pelo penetrante odore di femina que de assalto me envolvera, mal que abri a porta do quarto... não atinava que dizer.

O Livro de Alda

o meu Doc Europa III - «48»

Uma bela ideia, um bom exercício de resgate da memória, com duas objecções. Uma, de carácter formal, para lamentar que no final de cada depoimento, ou do documentário, não tenhamos visto as faces dos depoentes na actualidade. Teria sido interessante. E isso tanto mais se sente no caso dos dois guerrilheiros africanos, cujas fichas prisionais se extraviaram, história ainda por contar. A outra, mais substancial, reside na omissão do estatuto desses presos, todos militantes ou activistas do PCP -- o que não teria mal nenhum se o espectador fosse disso informado. É que nesses 48 anos foram presos e/ou torturados, além dos comunistas, anarquistas,  republicanos, padres católicos, activistas estudantis e até dissidentes do regime. Lamento por isso esta parcialidade, que não sei se foi intencional, ou não.

acordes nocturnos

quinta-feira, setembro 15, 2011

caderninho - hoje como há 300 anos

«Como é que se pode esperar que a humanidade oiça os conselhos quando não é capaz de escutar os avisos?» Jonathan Swift
Pensamentos (tradução de Paula Seixas)

Estou a pensar na UE, por exemplo.

O Vale do Riff - Benny Goodman, «One O'Clock Jump»

quarta-feira, setembro 14, 2011

Um milhão / de filhos / ilegítimos! // Porque espermas?
Alexandre O'Neill

segunda-feira, setembro 12, 2011

Antologia Improvável #480 - João Villalobos

Uma sombra nómada soa
aos acordes da primeira noite.
Líquida, adocicada lembrança,
história vinda de longe, testemunho.

A desses olhos que guardo hoje,
como botões de punho.

As Mulheres Bonitas não Viajam de Autocarro

um monge numa catedral desabitada

«Um monge sem Deus; sentir-me-ia tentado a propor esta definição de Alain, se não receasse encerrá-lo nessa catedral desabitada que foi o pensamento moral do século XIX e cujas portas ele destruiu a golpes de machado.» Ramón Fernandez

caracteres móveis - Harold Bloom

«[...] um cânone é uma ansiedade realizada, tal como qualquer obra literária forte é uma ansiedade realizada pelo seu autor.»
O Cânone Ocidental
(tradução de Manuel Frias Martins)

domingo, setembro 11, 2011

sábado, setembro 10, 2011

outros tons - Luca Mundaca, «Diferente»

Xuan Bello

5 poemas, aqui.

Dicionário

Agostinho de Hipona Agostinho agrada-me mais do que todos os outros. Ensinou uma doutrina pura e, como é próprio da humildade cristã, submeteu os seus livros à sagrada Escritura... Foi o primeiro Doutor da Igreja que abordou o tema do pecado original... Agostinho está completamente de acordo comigo. Martinho Lutero // Santo Agostinho foi o primeiro a acreditar nesta estranha ideia [o pecado original] digna da mente apaixonada e romanesca de um Africano devasso e arrependido, maniqueísta e cristão, indulgente e perseguidor, que passou a vida a contradizer-se a si próprio. Voltaire // Os problemas, emsmo os mais elevados, referiu-os sempre ao próprio eu, interiorizou a teologia, fundiu o pensamento abstracto no cadinho do seu coração, elevou-se até ao firmamento da ideologia, mas com asas de fogo... Em virtude deste apelo á experiência interior do indivíduo, tanto como pela sua inquietação apaixonada, pode dizer-se, com as necessárias reservas, que é ele o primeiro romântico do Ocidente, o primeiro homem moderno. Giovanni Papini

sexta-feira, setembro 09, 2011

caracteres móveis - Harold Bloom

Se eu pudesse ter só um livro, ele seria o Shakespeare completo; se pudesse ter dois, seria esse e a Bíblia. E se fossem três? Aí começam as dificuldades.
O Cânone Ocidental
(tradução de Manuel Frias Martins)

a glimpse of happiness

alterno raul brandão e ruy belo
transporte no tempo com el-rei junot
a melhor poesia em grande prosa 
grande poesia que toda a prosa deveria ter

morte e mais morte entre 
tanta vertigem de fim é
possível um frémito de 
felicidade em tanta morte 

quarta-feira, setembro 07, 2011

Dicionário

WWilliam Shakespeare. Shakespeare, escandalosamente simples, foi uma pessoa que viveu e teve a ideia de escrever Hamlet e Rei Lear. Esse escândalo é inaceitável para aquilo que hoje em dia passa por ser teoria literária. Harold Bloom

segunda-feira, setembro 05, 2011

Dicionário

A Adam de Saint-Victor: «Obedecendo à sua mais funda inspiração e deixando exprimirem-se espontaneamente os seus mais sinceros sentimentos, os poetas latinos, como o encantador Adam de Saint-Victor, faziam algo melhor do que recomeçar a antiguidade: prolongavam-na.» Etienne Gilson.

sábado, setembro 03, 2011

É na face das belas mulheres / Que eu só vejo o bom deus retratado
João de Deus

quarta-feira, agosto 31, 2011

Antologia Improvável #479 - Diogo Bernardes

Retrato da beleza nova e pura
Que com divina mão, divino engenho,
Amor retratou na alma, onde vos tenho
Das injúrias do tempo mais segura:

Não mostreis aspereza em tal brandura,
Por vos vingar de mim, vendo que venho
A tanta confiança que detenho
Os olhos em tamanha formosura!

O resplendor do Céu, sem dar mais pena
A quem olha seus olhos em direito,
A vista só por breve espaço assombra...

Mas a vossa luz mais clara, mais serena,
Juntamente me cega e abrasa o peito:
Vede o Sol que fará, de que sois sombra!


Poemas Portugueses para a Juventude
(edição de Eugénio de Andrade)

segunda-feira, agosto 29, 2011

A Conspiradora

O meu filme destas férias. O pós-assassínio de Lincoln e a satisfação que a opinião pública pede. Um filme de Robert Redford que vai direitinho para a anterior administração norte-americana.

domingo, agosto 28, 2011

O Vale do Riff - Traffic, «Medicated Goo»

Antologia Improvável #478 - Nuno Pereira

Cantigua de Nuno pereyra quãdo cafou cõ dona Ifabel.

Amor, honde tefcondias
n' tempos que me matauas,
que tam forte pareçyas,
& o mais brauo guardauas.

Acupado meu cuydado
com tuas forças ffenty,
mas era por teu mandado,
pois agora vees* por ty.
Entam mandauas efpyas
pera ver como machauas,
mas poys tu vir nam querias,
paragora te guardauas.

*vens


Cancioneiro Geral
de Garcia de Resende

quinta-feira, agosto 25, 2011

Fim de semana! Que miséria em bando! / O povo folga, estúpido e grisalho!
Cesário Verde

terça-feira, agosto 23, 2011

caracteres móveis - Jorge Luis Borges

Não há poeta, por medíocre que seja, que não tenha escrito o melhor verso da literatura, mas também os mais infelizes. A beleza não é privilégio de uns quantos nomes ilustres.
Os Conjurados
(tradução de Maria da Piedade Ferreira e Salvato Teles de Meneses)

domingo, agosto 21, 2011

A verdade é o espanto que não cede.
Miguel Serras Pereira

revisitação - Paul Gauguin

«Nu ou Suzanne Costurando», de Paul Gauguin. Aqui só joga o que não joga.
Está em Copenhaga, na Ny Carlsberg Glyptotek.

Antologia Improvável #477 - Vítor Nogueira

FADO

Chegam desamparados a estas baías extensas.
E contudo, Rossio, por muito que lhes custe,
nada têm contra ti. Descem dos bairros,
abrem caminho, sentem a areia. Invertem
o percurso ao fim da tarde, o silêncio
acumulado, as normas secretas e restritas
que guiam de algum modo as suas vidas.

São criaturas fascinantes estes velhos,
conseguem transportar pesos enormes.

Mar Largo / Resumo -- A Poesia em 2009
(escolhido por José Tolentino Mendonça)

sexta-feira, agosto 19, 2011

O Vale do Riff - David Bowie, «Panic In Detroit»

figuras de estilo - Abel Botelho

O sudoeste soprava rijo, mas àquela ínfima escória humana impunha-se fatalmente a parcimónia de luz, a urgência de dar descanso aos nervos estrompados, aos músculos doridos.
Amanhã

quarta-feira, agosto 17, 2011

outros tons - Isabel Silvestre, «Chora a Videira»

figuras de estilo - Abel Botelho

Viam-se ali, numa cordial promiscuidade indistintamente baralhados, os mais prestigiosos chefes socialistas, e representantes das classes dos torneiros, serralheiros, fundidores, tipógrafos, litógrafos, canteiros, jardineiros, tanoeiros, mecânicos em madeira, calceteiros, marceneiros, sapateiros, tecelões, condutores de carroças, cocheiros, cigarreiros, manipuladores de farinha, refinadores de açúcar, corticeiros, oleiros, carpinteiros de carros, pintores, carregadores, fabricantes de carruagens, latoeiros, varinos e outros mais. Toda a miuçalha, toda a escória.
Amanhã

acordes nocturnos


terça-feira, agosto 16, 2011

revisitação - Percy Wyndham Lewis

Galeria: «Bateria Bombardeada», de Percy Wyndham Lewis. A beleza catastrófica do belicismo.
Está em Londres, no Imperial War Museum.

segunda-feira, agosto 15, 2011

outros tons - Chico Buarque, «Pelas Tabelas»

adenda

Como é óbvio, sou céptico em relação a uma sociedade em que possa estar afastada uma prática concorrencial que estimule as pessoas a melhorar a vida. Sempre que isso foi tentado, não correu bem. Mas é evidente que se o capitalismo não for domesticado, muita miséria e destruição causará, a começar por ele próprio, até renascer das cinzas, porque inerente à condição humana.

domingo, agosto 14, 2011

Quando estou em férias, ocorre sempre qualquer coisa fora do habitual, não sei porque diabo. Ora morre uma princesa em fuga, ora se dá um golpe de estado em Moscovo ou as tropas australianas desembarcam em Timor-Leste, entre muitos outros episódios levados da breca. Desta vez foram os motins de Londres e adjacências, que no fundo são metástases desta doença prolongada que atingiu em cheio um paciente chamado União Europeia, e que dá pelo nome de «mercados». 
Eu quero crer que o doente tem ainda capacidade de resposta para debelar esse cancro que dá pelo nome de «mercados». Mas é evidente que com actores políticos de escol, como os que temos tido, que entre o medo de ferir a susceptibilidade do cancro e o afã em ganhar o respeito e a confiança desse mesmo cancro, algo vai acabar mal. Talvez o doente; de certeza os «mercados». 

Vasco Graça Moura

5 poemas, aqui.

quinta-feira, julho 28, 2011

revisitação - Bordalo e Eça

«Honni Soit...», de Rafael Bordalo Pinheiro. Eça no «Álbum das Glórias»: franzino e de má cor e piedosamente mordaz. Um génio retratado por outro.

quarta-feira, julho 27, 2011

revisitação - Natalie Cole

Natalie Cole, «Mr. Paganini». Espantosa Natalie na performance, com acompanhamento de luxo, e na evocação do seu pai e de Ella.

João Pedro Mésseder

5 poemas, aqui.

segunda-feira, julho 25, 2011

brilhante e encantadora

Acabo de saber, pelo Notas Verbais, da morte de Maria Lúcia Lepecki.
Estive com ela apenas uma vez: convidei-a para falar de Afonso Lopes Vieira, no Museu Condes de Castro Guimarães, no âmbito das «Conversas de Cascais», nos idos de 90.
Jantámos no Marégrafo, e foi fascinante -- tal como eu suspeitava que seria, conhecendo-a apenas do papel impresso.
foto: Público

sábado, julho 23, 2011

à atenção do dr. Júlio de Matos

E o que faz um nacionalista norueguês da extrema-direita, xenófobo, cristão, anti-islâmico? Mata noruegueses cristãos...
É a lógica da extrema-direita xenófoba, que nem o meu cão percebe. Nós é que não estamos a ver bem a profundidade daquele pensamento.

acordes nocturnos

sexta-feira, julho 22, 2011

quarta-feira, julho 20, 2011

O Vale do Riff - Wishbone Ash, «Time Was»

caracteres móveis - Azorín

Como és el mar? Qué dice el mar? Qué se hace en el mar? Recordemos, como primera visión, las playas largas, doradas y solitarias; una faja de verdura se extiende, dentro, en la tierra, paralela al mar; el mar se aleja immenso, azul,  verdoso, pardo, hacia la inmensidad; una banda de nubencillas redondeadas parece posarse sobre el agua en la línea remotísima del horizonte. Nada turba el panorama. La suave arena se aleja a un lado y a otro hasta tocar en dos brazos de tierra que se internan en la agua; las olas vienen blandamente a deshacerse en la arena; pasa en lo alto, sobre el cielo azul, una gaviota.

Castilla

domingo, julho 17, 2011

sábado, julho 16, 2011

caracteres móveis - Azorín

No puede ver el mar la vieja Castilla:  Castilla, con sus vetustas ciudades, sus catedrales, sus conventos, sus callejuelas llenas de mercaderes, sus jardines encerrados en los palacios, sus torres con chapitelles de pizarra, sus caminos amarillentos y sinuosos, sus fonditas destartaladas, sus hidalgos que no hacen nada, sus muchachas que van a pasear a las estaciones, sus clerigos con los balandranes verdosos, sus abogados -- muchos abogados, infinitos abogados -- que todo lo sutilizan, enredan y confunden.

Castilla

quinta-feira, julho 14, 2011

O Vale do Riff - Ella Fitzgerald, «Dindi»

tag para Natalie Cole e também...

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JornaL - Pedro Cabrita Reis e Eugénio Lisboa, ironia dita e praticada

No JL de hoje, num abecedário pessoal, letra H, de Humor, por Pedro Cabrita Reis: «[...] só as pessoas inteligentes têm a capacidade de humor. As que por qualquer razão desistiram de ser inteligentes ou de aprofundar a sua inteligência perderam também essa capacidade. No pior dos casos, tornaram-se sarcásticas, perdendo duas vezes a inteligência.»
 É verdade, digo eu, que aqui  me tenho queixado das minhas oscilações entre o ironista e o sarcasta, com  pendor para este último estado, tão desgastante que só posso ser burro.

Eugénio Lisboa, na sua coluna «Pro memória»: «Basta que um clerc de grande prestígio (merecido ou não) declare uma obra "genial", ou apenas "deslumbrante" ou "estimulante", para que toda a arraia miúda se derrame em orgasmos de admiração, que invadem mestrados, doutoramentos e pós doutoramentos.. Absorver a inovação já não requer tempo, meditação, estudo, paciência, leitura obstinada... Damos ao mundo, como se diz por aí [...], um exemplo histórico de não resistência à mudança. Seria belo, se fosse sincero e profundo. Mas sê-lo-á?»

segunda-feira, julho 11, 2011

Cada vez que me enfrento a los espejos / nunca sé si ese rostro es mi fachada
Mario Benedetti

sábado, julho 09, 2011

homenagens a Nicot

Armstrong. Dêem-me os dedos de uma mão para os cinco maiores músicos ocidentais do século XX: Louie é um deles. Não sei de ninguém que tanto tivesse marcado o som do nosso tempo.

sexta-feira, julho 08, 2011

revisitação - James Gillray

Galeria: James Gillray, «O Plum-Pudding em Perigo». Se não nos pusermos a pau, qualquer dia a Europa (cujas potências, a bem dizer, nunca deixaram de ter este tipo de comportamento) terá de se defrontar com situações semelhantes, com melhores ou piores maneiras.

Está no Museu Britânico

António Fogaça

5 poemas, aqui.

acordes diurnos

quinta-feira, julho 07, 2011

a propósito das barbas de Pérez Rubalcaba

Alfredo Pérez Rubalcaba, futuro líder da oposição espanhola, disse que a Espanha não é Portugal, nem é a Grécia. E tem o ainda ministro inteira razão. Se as coisas continuarem a rodar desta maneira, a Espanha vem a seguir. E vindo a segui, a Espanha, país artificial, extingue-se. A Catalunha será a primeira região a tornar-se independente -- independência que eles almejam tanto quanto os bascos, que farão o mesmo um dia depois, talvez acompanhados por Navarra, prevendo-se que boa parte da comunidade valenciana com as Baleares se possam congregar com os catalães. Dois dias mais tarde, estando o estado espanhol, como hoje o conhecemos, ferido de morte, não se prevê que a Galiza fique quieta.
Rubalcaba é uma boa amostra da mediocridade dos líderes políticos europeus: está a pôr as barbas de molho, sem querer ver que o fogo da casa do vizinho já passou para a sua.

quarta-feira, julho 06, 2011

a Moody's e a piada negra do dia

ouvi-a ao bom do António Macedo, na Antena 1: os círculos económicos e financeiros estariam estupefactos com a recente decisão de promover a lixo a nossa dívida pública...
E fico sonhador quando leio Faria de Oliveira a clamar contra o "insulto" e a "imoralidade" da Moody's ou Mira Amaral a qualificar como terrorista a dita agência. Cavaco tem de puxar-lhes as orelhas: não se trata assim os mercados. Carneiros e cordeirinhos até à degola.

O Vale do Riff - Van Der Graaf Generator, «Lost»

terça-feira, julho 05, 2011

Antologia Improvável #476 - Frederico Barbosa (2)

MEMÓRIA SE

A mais íntima
memória se
desdobra cega
e surda:

a presença tátil
de suas dobras
incrustadas
nas marcas linhas
das minhas mãos.

O gosto redondo
do seu corpo
na retina língua
do meu gesto
ou rosto.

E seu perfume
rio riso colorido
escorrendo
sobre o corpo
sopro e calor.

Memória se
deseja. O resto,
se ouça ou veja.

Na Virada do Século -- Poesia de Invenção no Brasil
(edição de Claudio Daniel e Frederico Barbosa)

domingo, julho 03, 2011

o meu Doc Europa II - II

Mum, de Adelheid Roosen (Holanda, 2009, 20'). O centro do documentário é a mãe da realizadora, doente de Alzheimer, internada num lar. As duas filhas e o genro entregam-se em grande ternura àquele ser tão importante para as suas vidas. À impotência diante a demência e a regressão inexorável e desarmante, só o amor, pleno de carícias e contacto físico pode aplacar, ainda que minimamente, a provação por que passam as pessoas cujos familiares mais próximos padecem como a protagonista deste filme. Gostei, em particular, da forma como Adelheid Roosen se capta a si própria com a mãe.

outros tons - Beth Carvalho, Maria Bethânia & Caetano Veloso, «É de Manhã» / «Suite dos Pescadores»

sábado, julho 02, 2011

revisitação - The Beatles

The Beatles, «I Saw Her Standing There». Os Fab Four no ano em que nasci. No solo, creio que do Harrison, o realizador captou o Ringo... apesar de tudo, muito bem captado.

sexta-feira, julho 01, 2011

O mau quer do formoso fazer feio, / O bom quer do feio fazer formoso, / Um vazio do mal, o outro cheio, / Um desditoso enfim, outro ditoso.»
Frei Agostinho da Cruz

quarta-feira, junho 29, 2011

"Project Of The Replicants

Será o nome da minha banda prog. Descubram a vossa, aqui.

António Botto

5 poemas, aqui.

figuras de estilo - Ruben A.

A vida continuava normal, dromedária.
A Torre da Barbela

segunda-feira, junho 27, 2011

Só a linha recta ousa o infinito!
António Arnaut

domingo, junho 26, 2011

O Vale do Riff - U2, «Bad»

figuras de estilo - Ruben A.

Sabe, isto de ser cristão e filho de Deus também tem os seus quês. Não andamos bem à solta, atravessa-nos um solstício na alma que nos põe a latejar os sentidos. Olhe, eu, pelo sim, pelo não, se um dia peco, no outro guardo abstinência. E a confissão é só com o Abade da Moutosa, que está meio surdo...
A Torre da Barbela

José Jorge Letria

5 poemas, aqui.

sábado, junho 25, 2011

revisitação - The band

The Band, «It Makes No Difference», ou quando um sax faz diferença.

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figuras de estilo - Ruben A.

O fumeiro de Beringela era de nomeada, aquém e além-fronteiras. Vinham enviados especiais e plenipotenciários a fim de conseguirem bons fornecimentos para os reis da Etiópia, da Suécia e das terras longínquas do Camboja e do Tibete. Os Orientais consideravam enguias fumadas como a maior especialidade do ocidente. No Oriente comiam as enguias com rolos de paprica; e o combinado embebido numa aguardente de arroz, meia alcoólica, quase doce, dava ao comedor um paladar exótico, de resultados fortíssimos. Com duas enguias preparadas à la Samorai ficava um homem prostrado, sem dar acordo. Então sonhava-se, e a tradição reza que o sonho provocado pelas enguias despertava sensações requintadas, mais potentes que as do ópio.

O Vale do Riff - Talking Heads, «Psycho Killer»

quinta-feira, junho 23, 2011

o meu Doc Europa III - I uma tarde e três noites

No fim-de-semana passado, pela primeira vez em Cascais, no Museu Paula Rego, o Doc Europa, sob o mote «A União Europeia dos Cidadãos -- Como Habitar Este Presente?» 27 filmes dos 27 países da UE, agrupados com uma coerência interna. Desses 27, vi dez exercícios sobre o amor e ódio; o medo, as margens e as (des)ilusões. Nos próximos dias darei as minhas impressões. Para já, lamento apenas a  pouca adesão do público, não por falta de divulgação, mas porque o público não existe. Porquê? Isso daria para outro (ou vários) post(s). 

terça-feira, junho 21, 2011

O tempo já me pôs as mãos na cara, / É em caveira que ela me evolui
José Régio

domingo, junho 19, 2011

Antologia Improvável #475 - Fabrício Marques

FICANDO TARDE

Estou ficando tarde. E o tempo
vai carpindo antes do tempo
rugas de cansaço e lucidez.

Com ar de melancolia
(Estou ficando tarde)
percorre o rosto um sorriso.

As horas se gastam, amarelam
como quando a vida arde
-- ó albor -- na pele, sem aviso.

Na Virada do Século -- Poesia de Invenção no Brasil
(edição de Caudio Daniel e Federico Barbosa)