Ela disse a si própria, mesmo naquela altura: não sou eu. As outras pessoas é que são assassinadas. Eu não. A vontade de viver que não a deixara acreditar que aquilo podia ser o fim de tudo, para ela, para o eu que amava e apreciava as coisas, confortou-a mesmo quando a almofada estava já sobre a sua boca, não deixando que ela chegasse a perceber o horror completo enquanto se debatia sob as mãos dele, fortes, macias e pegajosas do açúcar em pó.
Assassino a Soldo
(tradução de Fátima St. Aubyn)
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