Já repararam que na hora da separação o que há de mais doloroso e patético, não são as lágrimas silenciosas, nem tão pouco os soluços abafados, nem os longos abraços apertados; são esses gestos desvairados das mãos que procuram o rosto, que o procuram mesmo em plena luz, quando a vista se embriagou já das feições da pessoa amada, e os dedos correm todo o rosto, e acariciam as faces, e contornam a boca, e passam levemente pela testa e por fim põem nos olhos dois pensos de amor, tépidos e castos...
Eles significam o sacrifício voluntário, a consciente renúncia, e são muitas vezes o viático indispensável para as viagens trágicas...
«De longe...» / Inventário de Junho
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