Há torpedos.
E há feras enjauladas.
E há o meu dia-a-dia
-- de que não vos falo --
e há fetos
e fetos
e a perna que se ergue e dança até despedaçar a luz
e desfolhar os lagos pétala a pétala
para descobrir que a morte é virgem.
E sobre estas visões
pressentem-se amigos como moedas falsas
líquidos que se infiltram nos poros da falésia
e que oferecem esta matéria fundida
onde ahbito.
Nesse tempo vestia-me eu de mapas
porque os países distantes valorizavam as minhas formas
e seguia pelas estradas
como uma corça ferida.
O poder das coisas intocáveis
nada sabe do que é tão natural quanto metafísico
como A VIDA.
África 65
Obra Poética III
foto: Agulha
2 comentários:
Essa da feras enjauladas pode soar a piadinha a certos ouvidos...
Abraço
É pena ele já não organizar* as exposições de pintura da Junta de Turismo, senão podíamos lá ir pedir-lhe satisfações!
Ab.
*dir-se-ia, hoje, «comissariar»...
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