OLÍMPICOS
(Ouvindo «A Tempestade», de van Beethoven)
Lá vão os sonhos nos braços do vento
lá vai o campeão a haver do mar das velas.
Dizem-me O moço vai ganhar
que (neste caso) aquele povo ali ao fundo da escada
quer sentir-se herói outra vez
e através do campeão à vela e ao mar.
Contudo
as brisas perversas têm a sua longa ronha
as velas de salsugem não duram sempre
têm a idade marcada na pele
assim como os músculos e o cheiro dos pêssegos
tal-qual o sangue bom que conseguiu voar
e um dia volta a ser toupeira.
O pano ruiu
abre-se uma fenda do tamanho de
um coração a arder
e o campeão que estava para ser
evaporou-se
e com ele morreram as quimeras
de muitos que só tinham esse caminho inventado
para morder os seios à Primavera.
Philosophus per Ignem
domingo, setembro 11, 2005
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2 comentários:
Às vezes encontro o Fernando Grade no comboio. Um dia destes fomos tomar um copo e disse-lhe quanto me ri com a sua descrição, editada, do dia 25 de Abril. Uma série de peripécias que terminam quando o Fernando em plena revolução, regressa a S. João há hora habitual para jantar com a familia :)
Vale a pena conhecer as suas crónicas, além dos seus poemas. Já não o vejo há uns tempos...
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