sábado, setembro 24, 2005

Antologia Improvável #55 - João de Barros (3)

SONETO DE AMOR

Tantos passaram pelo teu caminho
Antes que fosse a hora de eu passar
Que tenho a dor de me não ver sozinho
Na memória fiel do teu olhar.

Nenhum te disse frases de carinho,
Nenhum parou, talvez, para te amar...
E vão perdidos no redemoinho
Da Vida e nunca mais hão-de voltar.

Para ti, nenhum foi o mesmo que eu...
-- Mas porque a tua vista os abrangeu
Mesmo sem alegria, amor ou fé,

Deles alguma cousa em ti existe
-- Alguma cousa que me deixa triste
Porque não posso adivinhar o que é!...

Ansiedade / Vida Vitoriosa

3 comentários:

lebredoarrozal disse...

bonito:)

Ricardo António Alves disse...

Panis, isso é que é memória!

Ricardo António Alves disse...

Lebre, é belíssimo.