sexta-feira, setembro 23, 2005

Escrever na areia - A condecoração

Como estive a ouvir o The Joshua Tree, lembrei-me da recente polemiqueta em torno da condecoração atribuída pelo PR aos U2. Pobre Sampaio melómano. Ao contrário da surdez notória dos que normalmente são investidos nestas magistraturas, ele distinguiu-se por distinguir grandes figuras da cena musical. Lembro-me, à primeira, do tenor e maestro Placido Domingo e do pianista Alfred Brendel. Suspeito de que o Presidente não será um apreciador por aí além do som destes fabulosos irlandeses, e que terá querido vincar, mais do que a música, a acção global de Bono Vox. Ainda assim: o significado de Portugal ter reconhecido o mérito destes músicos na luta contra as injustiças mundiais é de tal maneira nobre, que as discussões em torno das suas indumentárias só me fizeram sorrir. E, vamos lá admitir, para os U2 uma condecoração portuguesa (ou outra qualquer, concedamos) não passará disso mesmo: um simpático adereço. Só a música importa.
Retocado em 25-IX-2005

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