no meu sangue há homens do mar
celtas de olho azul vindos em balsas
da verde erin
tiveram poiso por séculos na costa norte
mas logo se lançaram a esse mar
para cima do árctico
e desceram a sul
à aventura e à rapina
celtas de olho azul
branco o loiro da barba
neve da terra nova
celtas de olho azul
roupa colada ao visco do corpo
calor húmido dos trópicos
homens e mulheres da pesca e do peixe
da costa nova à capital do império
onde assentaram arraiais os filhos dos arrais
em lisboa se fixam
trazem despojos vivos
dos restos d'além-mar
e com eles se misturam
no meu sangue
tudo isto e ainda mais
terça-feira, fevereiro 01, 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
O sangue nórdico e o sangue judeu e africano de que somos feitos. O poeta não escapa a essas origens! O Raul Brandão diz nas Memórias que Portugal esteve sempre por cima quando falou em nós o sangue nórdico (Casa de Borgonha, Filipa de Lencastre e a Ínclita Geração, etc.) Acho isto muito discutível. Ver o Antero das Causas da Decadência dos Povos Peninsulares.
Hei-de ir ao judeus, e aos berberes! O Brandão é daqueles autores que podem escrever tudo, basta como o escrevem. E o Antero também.
Um abraço.
Estou a gostar muito destes seus poemas, caro Ricardo. Venham mais!
Forte abraço.
Meu caro Torquato, sinto-me consagrado... e responsabilizado!
Grande abraço.
Enviar um comentário