quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Orlando Zapata

Confesso que sempre achei alguma piada ao Fidel Castro, não consigo evitar. Aquela aura revolucionária, a ascendência galega, o ter dado um valente pontapé no traseiro do Fulgêncio Baptista e dos mafiosos que haviam transformado Havana numa gigantesca casa de putas, a diferença em relação às caricaturais repúblicas das bananas vizinhas de Cuba. Mas convém lembrar que aquilo é uma ditadura feroz, sem garbo nem romantismo que lhe valha. À indignidade duma ditadura proxeneta, Castro contrapôs a indignidade duma sociedade policiada e concentracionária. Ontem morreu Orlando Zapata, na sequência duma prolongada greve da fome (85 dias). Um operário dissidente cujo delito foi o de discordar do regime, manifestando essa discordância, o que, como sabemos, é um crime nefando e contra-revolucionário.

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Também sempre lhe achei uma certa piada.
Mas aquilo é um lugar que se colocou fora do tempo, talvez até da própria realidade, só terrivelmente real para os muitos que por lá sofrem oprimidos.

Um abraço :)

Ricardo António Alves disse...

Alguma coisa se tem escrito, e bem, nos blogues. É também interessante verificar os silêncios.
Outro :|