O COVEIRO
A Alberto Braga
Ele entrou cabisbaixo e silencioso
Na imunda tasca e foi sentar-se a um canto;
Deram-lhe vinho, recusou, o espanto
Cresceu no olhar do taberneiro oleoso.
Ele era o mais antigo e o mais ruidoso
Dos fregueses da casa; ao obsceno canto
Ninguém prestava mais lascivo encanto
Ao som magoado de um violão choroso.
Mas o velho sentara-se distante
Da alegre turba, a vista lacrimante
Mergulhada nas chamas do brasido...
Disse um da roda: «espanta-me o coveiro!»
-- Morreu-lhe há pouco a filha... distraído
Volveu da bisca um contumaz parceiro.
Nocturnos
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