sexta-feira, maio 15, 2009

Caracteres móveis - Javier Cercas

o artista é quem torna visível o já visível, que toda a gente olha e ninguém consegue ou ninguém sabe ou ninguém quer ver. Ninguém quer ver, digamos antes. É demasiado desagradável, com frequência pavoroso, e é preciso ter os tomates no sítio para ver sem fechar os olhos ou desatar a correr, porque quem o vê fica destroçado ou enlouquece.


A Velocidade da Luz
(tradução de Helena Pitta)

3 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Ainda não li nada dele. Mas parece-me óptimo. Ver com olhos de ver pode ser realmente muito doloroso. Daí que se prefira ficar de olhos fechados. Por mim, vale sempre a pena ver, a não ser que se trate de violência gratuita. Aí, o pudor pode ser preferível.

Obrigada, RAA, pela sugestão de leitura :)

Ruela disse...

haha! interessante!


Abraço.

Ricardo António Alves disse...

O livro é magnífico, Ana Paula, e já ouvi dizer que os Soldados de Salamina ainda é melhor.

E como, Ruela.
Outro.