SEGUNDA MEDITAÇÃO SOBRE A MORTE
Alguém lerá estas linhas,
em páginas de bordos castanhos,
comidas pela traça, escritas
entre dois séculos, num canto
ocidental da Europa, que encontre
o eco de uma emoção que julgava perdida?
Medito neste devaneio, sem conseguir
deslindar as vírgulas. Cinzas, ossos
descarnados, mesmo alguns átomos perdidos
na geada que entorpece os campos,
no nevoeiro que se abate sobre
as cidades -- vindos do nada, que exigiremos
senão pagar a dívida, num sono que se ignora?
-- acaso que fecha a porta do quarto,
depois de uma noite de amor venal,
espera saudades?
Mais Tarde
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