A MORTE DO SINEIRO
O Antônio "Sexta-Feira", sapateiro,
Passou a ser sineiro porque quis:
E ficou-se a levar o tempo inteiro,
Badalando no sino da Matriz.
Ali, ora festivo, ora agoureiro,
Era o aluno mais feio e mais feliz
De Quasimodo, o célebre sineiro
Lá de Nossa Senhora de Paris.
Na sua tôrre, livre do demônio,
Passavam missas, festas, mortes, tudo,
Na voz do sino, pelas mãos do Antônio.
Quando morreu, velhinho, abandonado,
O sino da matriz, ingrato e mudo,
Nem teve um dobre para o desgraçado!
João Pessoa -- Paraíba -- Fevereiro de 1947.
Natureza
imagem daqui
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Eu creio que está certa (nunca li o «Notre Dame de Paris», apesar de o ter...).
Bom, mas o Quasi seria lindo, e o poema deste brasileiro também o é.
Enviar um comentário