Quando olho agora para tudo quanto
Busquei, na vida mísera e vulgar,
Vejo um deserto morto, a cada canto,
Em cada esquina, um sonho a agonizar!
De tudo, em breve, se desfez o encanto,
Entre ruínas, junto ao pó do ar;
-- Ó Terra, para que m'enganas tanto,
E me deixaste, ó Sol, assim falhar?
Parti do lar, já vinha imenso o dia,
Pensando que o Amor me pertencia,
E, à tarde, o grande Sol seria meu;
Pouco fiz afinal, pobre e sozinho,
-- Fins uns versos, que ficam no caminho,
Dei um beijo qualquer, que se perdeu!
A Cinza das Horas
(retrato por Eduardo Malta)
quarta-feira, janeiro 20, 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário