O abandono. O vazio. A indiferença. Tudo está feito, o que tinhas de dizer já o disseste, os que dialogavam contigo para estarem de acordo ou te insultarem foram recolhendo ao silêncio definitivo. É a hora de te ires calando também, recolheres à aposentação de falares e de ouvires. Porque nenhuma palavra é já para ti e assim nenhuma tua é já para os outros. Mas a tua língua move-se ainda, entre ela e a palavra, mesmo que seja só um nome, há uma ligação que nada pode cortar. Fala para dentro. Chama para dentro. E poderás circular entre os homens sem que te metam num manicómio.
Escrever
(edição de Helder Godinho)
6 comentários:
A subtlileza de Vergílio Ferreira é um bom exemplo de reflexão e sabedoria.
Uma subtileza que era o melhor que ele tinha, contrapondo-se a um sarcasmo desconfiado e aldeão -- que era o pior que ele tinha...
Providencial o texto, Ricardo, querido. ;)
Um beijo
Também é verdade...
Prosa de balanço e remate, Marie.
Ainda bem que gostou.
outro para si.
GJ: e não foi o único...
No ponto crítico do Ser integral.
Excelente!
Enviar um comentário