terça-feira, novembro 13, 2007

Antologia Improvável #267 - Eno Theodoro Wanke

TORPEDEAMENTO

A morte vai na ponta do torpêdo...
Fervilha a branca esteira, no negrume
do mar -- alfange desferindo o gume
em barco sem defesa e sem segredo...

Uma explosão acende a luz do medo,
a nave inteira abala-se, e ao lume
terrífico das chamas do azedume,
reflete-se uma macabro e mau brinquedo...

Em meio dos gemidos angustiados,
em meio ao borbulhar dos afogados,
a morte exerce em frenesí, o domínio...

E além, atrás do negro periscópio,
Satã observa em gôzo, e sorve um ópio
composto da alegria do assassínio!

A Mancha Negra da Guerra

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