Abencerragem: estampa XX

domingo, março 05, 2006

estampa XX

Goya, Saturno Devorando os Filhos

Museu do Prado, Madrid

2 comentários:

Alexandre Dias Pinto disse...: Caro Dr. Ricardo Alves:

Entro em contacto consigo pela caixa de comentários porque não encontrei (talvez por inépcia minha) um email para onde enviar esta mensagem.

O meu nome é Alexandre Dias Pinto. O Dr. Ricardo e eu conhecemo-nos em São Brás de Alportel quando eu aí leccionava Português e por ocasião das comemorações do centenário do nascimento de Roberto Nobre. Sou um dos coordenadores daquele livrinho artesanal que colige dois textos de Nobre (um dos quais, "O Algarve e o cinema", cedido pelo Dr. Ricardo com verdadeira generosidade!). Agora estou a trabalhar em Lisboa (tenho uma bolsa para escrever o meu doutoramento e faço investigação no Centro de Estudos Comparatistas da FLL), mas cheio de saudades do Algarve.

Escrevo-lhe, em primeiro, para lhe expressar o meu apreço pelo seu blogue, que leio regularmente desde
que me meti, há uns dois meses, nestas coisas da blogosfera.

Depois, para lhe dizer que, entre os dias 27 de Março e até ao fim do mês, afixarei diariamente posts sobre Roberto Nobre nos dois blogues para onde escrevo: o Blog Café (onde escrevo com o pseudónimo "Mr.D") e o Tonel de Diógenes (http://www.toneldiogenes.blogspot.com). Penso que um mero post no dia do nascimento do autor será insuficiente para evocar a obra de Nobre. Pensei em publicar um excertozinho de "O Algarve e o Cinema". Mas, para tal, terei de ter a sua aprovação.

Deixo-lhe o meu email para o caso de me querer escrever: toneldiogenes@hotmail.com

Despeço-me com um abraço.

Alexandre Dias Pinto; 12:17 da tarde
Ricardo António Alves disse...: Que surpresa, caro Amigo! E logo a blogar num dos meus favoritos, o Blog do Café. Irei ver o outro com muita curiosidade. Quanto a inépcia, ela é toda minha, pois não uso o correio electrónico, mas muito brevemente entrarei em contacto consigo, para o endereço que me deixou.
No que respeita ao nosso Roberto Nobre, agradeço a sua atenção, mas não precisa nada que eu aprove: O seu excelente trabalho, por muito artesanal que tenha sido, recomenda-o para tudo o que tenha que ver com aquele grande crítico e artista.
Um abraço.; 5:46 da tarde

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A Guerra da Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos

1. Os humoristas de serviço pretendem que é uma luta de valores entre o mundo liberal e o iliberal. Humor negro, porque o único valor que o financismo e o complexo militar-industrial conhecem é o do "deus-dólar" (Eça de Queirós). Dirigidos por estes, os Estados Unidos procuraram neutralizar a Rússia, seu único rival militar, minando-a por dentro e desestabilizando as repúblicas vizinhas que ainda não estavam integradas na Nato: Geórgia, Cazaquistão, Ucrânia. Os bidens e os johnsons não passam de marionetas ao seu serviço. Tudo estava a ser preparado com a Clinton; o Trump, bilionário autossuficiente, foi um parênteses. 2. A Rússia sempre se dividiu historicamente entre o eslavismo antiocidental (Dostoievski, Soljenitsine) e a abertura ao Ocidente. A boa-fé e o ímpeto ocidentalizante foi torpedeado pela própria avidez dolarística. Diz-se que Putin, até aí defensor de uma cooperação, mudou de opinião quando assistiu à barbárie do Iraque e da invenção do pretexto da existência de armas de destruição maciça pelo selvagem do Saddam Hussein, tentando a administração americana, debalde, enganar o Mundo, mas enganando boa parte dos próprios concidadãos. Ou seja, Putin percebeu que a cúpula política norte-americana estava nas mãos de patifes notórios em quem não se podia confiar. A Rússia violou o Direito Internacional? Sim, claro, fazendo uma guerra preventiva. 3. Por razões que me escapam, a cúpula política ucraniana, foi ou quis-se enredada nesta estratégia suicidária, sacrificando o povo aos interesses geo-financeiros dos EUA. As zonas de influência sempre existiram e continuarão a existir; faz parte do poder dos impérios. A União Europeia transformou-se numa vassala dos americanos e uma extensão política da Nato, um péssimo serviço ao projecto europeu.

M. Teixeira-Gomes (1860-1941)