Alberto já conhecia, da sua permanência no Pará, aqueles nomes que os colonizadores portugueses transportaram, outrora, para longínquas plagas, juntamente com arcaicas peças de artilharia e uma sôma formidável de ambições. Contudo, agora, a recordação dêsse passado, que a distância cobria de fausto e de heroismo, sabia-lhe bem, adoçava-lhe os lábios, a alma era como uma íntima, uma silenciosa vingança contra a indiferença que cearenses e demais matulagem revelavam pela sua condição de civilizado.
Quando estava em Portugal, o passado surgia-lhe apenas em exemplo político a seguir, em lição que urgia decorar e manter para felicidade do país. Mas era só riqueza colectiva o que êle encontrava no luzimento pretérito da raça, de que dava notícia a história. Não a sentia nem a gosava individualmente. [...]
Com o seu desdem pelos rebentos dos descobridores, os brasileiros com quem êle convivera tinham-no levado a um exacerbado patriotismo. [...]
Cap. II, 1ª ed., p. 41.
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