Todos os dias a tropeçar nesta porcaria. E, cada vez mais, com erros ortográficos, mesmo segundo os critérios do Aborto. As pessoas estão de tal modo confusas que já não sabem escrever.
A última: documentário sobre Shakespeare, sábado à noite na RTP2. A certa altura aparece na legenda a palavra 'inteletual'. Inteletual, desde quando, porra? E até quando teremos de aturar mais esta cavaquice, sustentada por meia dúzia de académicos que não querem perder a face?
A arrogância satisfeita dos bonzos aliada à ignorância parola, mas cheia de potência, de decisores políticos, com uns pós dos idiotas úteis que acham que romper com o que está é que é progressista... Inteletual, caralho!, li eu e não foi num programa da Teresa Guilherme
(cujo nome, revelou-me a caixa de etiquetas, tem pela primeira vez lugar neste blogue que já não é novo -- e, ainda por cima, ao lado do velho Will. Isto anda cada vez mais inteletual).
12 comentários:
E logo em Shakespeare! São uns mentecaptos!
Talvez 'mentecatos', não?...
Este aborto está a deixar o povo cada vez mais tolo e confuso, isso é verdade. Mais uma razão para abrirem os olhos e verem que isto não nos levará a bom porto.
Marcelo já deu um sinal, hoje, em Moçambique. Mas, mais cedo ou mais tarde, esta estupidez terá de ser corrigida.
É negar, sem proveito algum, a herança de onde provem a língua portuguesa. Simplificar para descaracterizar. Nesta senda, chegaremos, porventura, ao “novo akordo portugx” :-)
A ideia completamente mirífica e estúpida de nos pormos às cavalitas do Brasil, o que mostra a mentalidade dos anões que viabilizaram isto.
Isto, sem qualquer nacionalismo idiota de acharmos que nós é que somos os donos da língua. É claro que não somos! Mas também não podemos admitir que meia dúzia de políticos provincianos, mais um punhado de gramáticos lunáticos e um par de editores ávidos mercadejem com a língua -- pois o desconchavo é tal que já não é só a ortografia que está em causa, mas a própria fonética.
Embora ele exista e talvez seja obrigatório, eu ignorei-o. Posso escrever com erros (acho que são raros), mas escrevo como aprendi há (ou à, aqui é o meu calcanhar de Aquiles e já me explicaram várias vezes como corrigir, mas não encaixo) 40 anos atrás (já me chamaram ultrapassada por isso - quero lá saber!). Continua a ser um "facto" para mim, escrevam fato e eu lá sei se é uma roupa ou outra coisa qualquer :-)
Dificuldades todos temos, e é natural que assim seja.
Acho que faz muito bem em se marimbar para essa impressão que pode dar de ser antiquidade. Esse tipo de qualificativos oscilam entre o preguiça e o analfabetismo de quem os emite. No meu caso é para o lado que durmo melhor.
Mas, neste particular, nem se trata de conservadorismo, mas de preservação de um bem essencial, que é a língua.
E 'facto', mesmo com o Aborto O., mantém o c, uma vez que não se trata de consoante muda :)
Como 'intelectual' aliás :-), não? Não tenho qualquer competência para perorar sobre quem tem razão nesta contenda. Confesso que tento escrever de acordo com o AO, mas provavelmente misturo tudo. Escrevo ainda Direita e Esquerda para me referir aos espaços ideológicos, por exemplo. Mas francamente, não vejo a necessidade de recorrer ao vernáculo ou ao insulto para argumentar... Aliás, acho que os argumentos, se os houver, se perdem sempre no meio dos insultos...
ExaCtamente!
Meu caro, gosto de palavrões, projecto-os da minha cavidade bocal com volúpia. Claro que você, como diz, segue isto com outro distanciamento; para mim, é uma agressão, por vários motivos.
Claro que numa discussão é contraproducente, mas isto não é tal.
Já agora, numa das salas do CEL-Centro de Estudos Libertários, onde já tive o gosto de estar, está afixada uma divisa sábia: «Baixa o tom de voz e eleva os teus argumentos.»
Sim, Ricardo, isto é um espaço de desabafo, não exatamente de discussão. Mas, fiel aquele dito 'a forma como falas determina a forma como pensas', eu tento mesmo nestes espaços não recorrer ao vernáculo (só o faço aliás no gozo e entre os amigos e a família). Não é que certas pessoas, com, no meu caso, Paulo Portas à cabeça, apesar de lhe reconhecer a inteligência, a capacidade de escrita e o sentido de humor, não merecessem ser tratadas de traidores para baixo. É que, francamente, o ódio tolhe a visão e faz-nos baixar a guarda. Contra certos argumentos, vale bem a pena terçar armas sem ódio... E sim, a divisa é excelente. Mas a minha divisa libertária preferida, eu que oscilo entre o Liberalismo e a Social-Democracia (e como tal voto no PS, mesmo se ele não o merece) é mesmo a 'Anarquia é Ordem'...
Não é ódio, meu caro; é nojo.
E sim, anarquia é ordem, idealmente, conforme a conta em que tenhamos a natureza humana. Como, no meu caso, não é grande, a anarquia será a melhor das utopias.
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