Eu vou partir do princípio de que os candidatos são honestos, e também patriotas. Num momento em que a ameaça da guerra espreita, essa honestidade e esse patriotismo importam -- mas também, tanto quanto estas qualidades, a noção da História de Portugal e de como, mercê de muitas contingências, iremos, daqui a uns meros três anos, assinalar os 900 anos de independência, no aniversário da Batalha de São Mamede, na qual D. Afonso Henriques fundou uma dinastia, um país e uma futura nação, a partir de povos de diferentes etnias: celtas, romanos, germânicos, berberes, árabes e por aí fora. Estivemos para soçobrar mais de uma vez, mas persistimos -- pela língua e pela cultura, em primeiro lugar; pela religião, também; e pela Coroa nos primeiros séculos, e o Estado a seguir.
Portugal não resiste sem a língua e sem a cultura, mas precisa, sempre precisou, de uma visão estratégica -- e agora cada vez mais, não apenas por razões militares mas pelo progressivo domínio de um sistema financeiro transnacional que tudo subjuga -- da Economia (das sociedades, portanto) ao indivíduo.
A visão estratégica de Gouveia e Melo é incomparavelmente mais sofisticada e informada que a de Mendes e Seguro -- pelo menos é o que se retira das banalidades que têm dito. A crítica ontem, expendida pelo almirante, à lista de compras do Governo em matéria de defesa não poderia ter sido mais certeira. Onde está o Conceito Estratégico de Defesa Nacional, como já aqui perguntei, a propósito doutras eleições? Está arrumado a um canto; por isso, comprar armamento agora é, como disse o candidato, começar a "construir a casa pelo telhado".
É isto que o distingue dos outros; o que fará com essa distinção se for eleito, não sei.
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