segunda-feira, novembro 22, 2010

«Um homem de camisa demasiado limpa não é um homem honrado.» - O meu Estoril Film Festival 2010 (7)

Não sei que sentido terá hoje falar-se de contra-cultura. É um conceito a rever. Mas se pensarmos em transgressão e desafio, Alberto García-Alix é um nome. Não me impressiona muito a foto de chuto com título poético ou o grande falo erecto dum tipo cujo nome me esqueci de assinalar (Pancho, Nacho ou assim -- mulheres fascinadas, homens invejosos). A toxicodependência e a pornografia, a deficiência e a irreverência já não chocam muito pouco. A grande foto da exposição «De donde no se vuelve» (desgraçadamente, não vi o documentário), a fotografia mais transgressora e desafiante é a de um imaculado "peitilho" intitulada: Um homem de camisa demasiado limpa não é um homem honrado. Perfeito.
(Auto-Retrato)

6 comentários:

rose marinho prado disse...

Transgressão fere e mata e faz nascer. Tradiçao e ruptura.
Não há o que transgredir? Sempre haverá. O problema é que as janelas parecem abertas, nem há pé para chutá-las.
Um conservadorismo invisível ronda a liberdade explícita, seja , de dizer, fazer, exibir. Saltar morros já é coisa de massa, de ovelhinhas, uma a uma.
Legal ler este post.

Ricardo António Alves disse...

Legal é o seu comentário, Rose.
um abraço.

Mónica disse...

mulheres fascinadas e homens invejosos, voltamos às cavernas ou quê?

ainda assim fascina-me um homem de camisa branca sem nódoas ou colarinhos e punhos surrados eheheheh

Ricardo António Alves disse...

Oh, Mónica, isso é viver perigosamente... :|

E quem lhe disse que saímos das cavernas? Nem eles eram tão primitivos como os pintam (amavam, sofriam, brincavam, rezavam, matavam , expressavam-se através da arte, tal como nós, agora), e também nós não estamos nada distantes deles.

Mónica disse...

n nos entendemos, as usual ;P

Ricardo António Alves disse...

Inferno e danação!...