sexta-feira, julho 23, 2010

Antologia Improvável #443 - Caetano da Costa Alegre

LONGE
(No dia dos meus anos)

Por pátria tenho o mar, como o corsário,
O meu primeiro pranto de inocência
Abafou-mo das águas a cadência,
Em concerto febril, extraordinário.

Poucos anos me tecem a existência,
Ou antes o tristíssimo sudário,
E já comparo a morte à Providência,
E a vida à erma noite do calvário.

Ainda em pleno abril não tenho sonhos
De amor, ou se os possuo, são medonhos
Pesadelos no sono e na vigília.

Á! que diga o exilado, o forasteiro,
Se pode ser o riso companheiro
De quem vive tão longe da família!...


Versos / No Reino de Caliban II
(edição de Manuel Ferreira)

4 comentários:

A disse...

Parabéns, RAA!
Conte muitos e felizes!

Abraço.

Ricardo António Alves disse...

Obrigado, Aust., mas o aniversario era do Costa Alegre, e não o meu.
Outro abraço :|

Ana Paula Sena disse...

Faz hoje anos, RAA? Se assim é, em boa hora passei para saber das suas novidades. E, nesse caso, deixo-lhe os meus parabéns!

Mas, se não é, os meus parabéns também, pelo seu blogue sempre bom, com poesia excelente, como esta do Caetano da Costa Alegre, que eu não conhecia.

Um abraço!

Ricardo António Alves disse...

Pois, o Costa Alegre e que fazia anos -- nem sei em que dia, mas aceito e agradeço como se fora o meu aniversario.

Outro para si :|