PESO DE OUTONO
Eu vi o Outono desprender suas folhas,
cair no regaço de mulheres muito loucas.
Cem duzentas pessoas num café cheio de fumo
na cidade de Heidelberg pronta para a neve
saboreavam tepidamente a sua ignorância.
Eu vi as amantes ensandecerem
com esse peso de Outono. Perderem as forças
com o Outono masculino e sangrento.
Os gritos a meio da noite
das amantes a meio da loucura voavam
como facas para o meu peito.
Alguns poetas li-os melhor no Outono,
certos amores só poderia tê-los,
como tive, nos dias doces da vindima.
Cuidar dos Vivos / A Musa Irregular
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4 comentários:
Talvez a estação mais bela de todas. Dita num tom bem sentido pelo Assis Pacheco.
Sem dúvida, muitas coisas fazem-se melhor no Outono :) Ainda que agora me apeteça o Verão, ler e concentração é mais depois...
... na excelente companhia de Charles Mingus!
Eu também sou muito outonal.
A música do Mingus também o é, mas foi coincidência :|
nao sou outonal, mas gosto do poema, é um dos meus preferidos de Assis Pacheco
Suponho-a mais estival, Júlia.
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