Há 50 anos, os pais fundadores do que é hoje a União Europeia haviam já assistido, durante a sua vida, a três guerras de grandes proporções, todas envolvendo a França e a Alemanha. As duas últimas, tornadas mundiais, atingiram níveis de destruição e morte que continuam a assombrar-nos.
Ao começar pela colaboração económica, Robert Schumann, Jean Monet e os restantes dirigentes europeus tiveram a inteligência de pegar no básico das trocas comerciais e das alfândegas, deixando margem para, a pouco e pouco, se forjar uma cada vez maior interdependência, cimentada pelo património cultural comum e pela opção política essencial da democracia.
O parlamento europeu, a moeda única, o espaço aberto foram passos da maior importância para essa integração, que eu pretendo que seja uma cada vez maior união. É verdade que nem tudo tem corrido bem. Recentemente, o comportamento divergente em relação à antiga Iugoslávia revestiu-se de uma enorme gravidade; a ainda mais próxima integração, eminentemente política, da Bulgária e da Roménia, sem que estas estejam ainda preparadas para tal, levantam as maiores preocupações sobre a liderança da própria União. Mas não devemos deitar fora o bebé com a água do banho. A ideia de uma Europa unida por objectivos e desígnios comuns é demasiado importante, por tudo o que já foi adquirido.
As bodas de ouro comemoradas em Berlim, no centro político que há três gerações apenas programou e dirigiu a destruição da Europa, é dum relevante alcance simbólico e permite-nos manter viva a esperança na continuação do projecto.
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