TEMPUS FUGIT (II)
Areia pelos dedos, imperceptível, assim
O tempo passa e no seu imparável passar
Não há questão ou problema -- antes o perguntar
Do feito para mais lindo deixar o seu jardim...
Não a pergunta, claro, mas a resposta possível
Por mais frequente atinge e aflige uma alma
Sensível: parece, bem nítida, uma fuga, algo
Por onde a força se esvai e o resultado é sofrível
Sem saber como, facto é, sempre o ano começa
Em Janeiro e mal damos conta já o Verão
Lá foi, a ampulheta escorreu-nos pela mão
E quantas vezes da obra feita nem vaga promessa!...
Que ao menos na memória um poema nos balize
Esta humana angústia enobreça e sinalize.
Cronologia e Outros Poemas
sábado, março 03, 2007
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