E não é que, apesar de tudo, o público foi mais avisado do que os organizadores deste concurso? Quatro figuras ligadas aos Descobrimentos (dois mentores -- Infante e D. João II --, um agente -- Vasco da Gama -- e o cantor deles -- Camões, simultaneamente soldado do Império); o fundador, Afonso Henriques; Pombal, o estadista que com as suas grandezas e misérias subsiste enquanto tal no imaginário da nação. Quatro figuras da contemporaneidade: os incontornáveis Salazar e Cunhal, assim votados pelo ímpeto sectário, fenómeno compreensível e explicável. A presença de Pessoa reconforta-nos pelo modo como a sensibilidade colectiva continua, de alguma maneira, a manifestar um pendor lírico, uma necessidade estética. Aristides de Sousa Mendes, o Homem que de tudo abdicou em nome da sua consciência e da Humanidade é a boa surpresa disto tudo. Não votei na primeira volta, não tenciono votar agora; mas se o fizer fá-lo-ei no amor imenso, até ao sacrifício, que Aristides de Sousa Mendes representa.
segunda-feira, janeiro 15, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Também acho que Aristides de sousa Mendes foi de uma imensa humanidade, mas isso não faz dele, na minha opinião claro, o Maior português.
Não se podem comparar actos, pessoas diferentes, é essa a parvoíce deste concurso.
Enviar um comentário