de Teixeira de Pascoais (1915). Como poética, bom -- por vezes precioso: «desejar é querer e querer é esperar» (3.ª ed., Lx., Assírio & Alvim, 1998, p. 76); como história, como sociologia, como política -- e fundamentos delas, destinados «à mocidade» --, um disparate (v.g.: «Se a nossa grandeza morreu materialmente, foi para ressurgir em espírito. O Sebastianismo, sendo a expressão mítica da nossa dor, é já, em sombra nocturna, o futuro sol da Renascença.» -- p. 117). Disparates que, sem fazerem vencimento, larvaram em sectores do pensamento português desde então, em oposição ao racionalismo sergiano e sequentes.
quinta-feira, outubro 21, 2010
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2 comentários:
Acho que foi Boaventura de Sousa Santos que chamou a todos estes discursos sobre a decadência pátria e a forma de a superar a JEREMIADA NACIONAL. O século XIX foi muito produtivo neste tipo de enunciados, apontando soluções que iam do nacionalismo retinto aos iberismos de diversos matizes. Já no século XX, Pascoaes e Pessoa não ficaram imunes ao tratamento da questão. Creio que a ilusão europeia (um "iberismo" alargado no espaço!)se insere nesse conjunto de milagrosas soluções para conjurar os males da Pátria. Não sou tão radical como o meu caro amigo. "A Arte de Ser Português" é um livrinho de filosofia poética que muito estimo. Está cheio de mitos, dos autênticos, não desses que agora se inscrevem em alguns discursos dos governantes e dos seus dignos eopositores. Assim, stou de acordo com Pessoa, outro visionário das brumas: O MITO É O NADA QUE É TUDO.
Pois é, meu caro: como poética, nada a contestar; mas o Pascoais pretende fazer disto uma espécie de "cartilha", sectária e irracional; e eu, para nacionalismos, brumosos ou, noutra margem, pragmaticamente salazarianos, sempre tive uma certa aversão.
Abraço.
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