quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Antologia Improvável #359 - Cecília Meireles (3)

4.º MOTIVO DA ROSA


Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.


Rosas verás, só de cinza franzida,
mortas intactas pelo teu jardim.


Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe, o vento vai falando em mim.


E por perder-me é que me vão lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.




Mar Absoluto / Antologia Poética
(desenho de Arpad Szenes)

4 comentários:

Marie Tourvel disse...

Meu querido, lá nas minhas "Letras", publiquei este lindo poema de forma diferente, com minha voz de rinite. Não foi a melhor homenagem à Cecília, mas ele tem tanto significado para mim que resolvi declamá-lo. Eis o linque (só não se assuste. :P):

http://asletrasdasopa.blogspot.com/2008/11/rosa.html

Beijos e obrigada por me emocionar...

Ricardo António Alves disse...

Obrigado, Marie, vou já ouvir :|

Ana Paula Sena disse...

Poema lindo, como tudo da Cecília Meireles!

Ricardo António Alves disse...

É verdade, Ana Paula.