É Ayaan Hirsi Ali demasiado crítica em relação ao Islão?
Devia o Governo Holandês retirar a sua segurança no estrangeiro?
Ayaan Hirsi Ali, uma muçulmana somali que critica fortemente a situação feminina vigente nas sociedades islâmicas, foi autora do argumento do documentário de Theo van Gogh sobre a discriminação da mulheres muçulmanas, temeridade que a obrigou a refugiar-se nos EUA e custou a vida ao realizador holandês. Embora não tenha visto o documentário, e dela só saiba pela imprensa -- a começar por uma crónica do magnífico Mario Vargas Llosa, publicada há uns anos no DNA -- não tenho ideia de que ela possa ser «demasiado crítica em relação ao Islão». Talvez o Islão -- pelo menos este Islão caricatural e bárbaro que chega até nós -- conviva mal com a contradita.
Quanto ao governo holandês, nem vou perder tempo a falar dele, depois da cobardia nojenta que demonstrou, quando se soube que a então jovem Ayaan Hirsi Ali mentira sobre a idade e as circunstâncias em que chegara ao país, ela que se doutorou e desempenhou uma acção cívica relevantíssima após ter exercido as mais humildes profissões; ela que, ainda criança, fora vítima da excisão, praticada num contexto de tradição familiar, e que dera o seu melhor na luta contra essa barbárie. Como se essa mentira inóqua, para escapar a um casamento forçado, e que ela confessou, tivesse alguma importância -- a não ser para uns burocratas desqualificados (e peço perdão pela redundância).
4 comentários:
Mas não entrou em infracção? Que confiança pode merecer uma pessoa assim? "Ser maltratado não é um mérito" - G. Bernard Shaw. Assim como defendo intransigentemente dos ódios todos os imigrantes entrados legalmente e ordeiros, exijo a mão mais dura para os prevericadores. Tal como gostaria de ver sapado o pénis dos que lhe fizeram a mutilação.
Abraço
Oh meu caro, toda a confiança de alguém que comete uma infracção inóqua para salvar a pele. Aliás, o caso já era sabido, sendo ela deputada, e só lhe levantaram problemas quando ela teve problemas com a escumalha fundamentalista, depois do assassínio do theo van Gogh.
Quanto à mutilação, foi a avó quem lha provocou, pensando, coitada, estar a fazer o que era certo, como decerto já a avó desta procedera em relação a si.
Ab.
É um horror que não diminui por ser ritual ou affaire de femmes, como se depreende da Tua indignação. Mas continuo a dizer, salvar a pele está muito bem, mas em casa alheia só com autorização do dono.
Abraço
Os donos foram uns cagunfas que não souberam ser dignos dos próprios pergaminhos, porque o problema só foi levantado quando ela passou a ser incómoda. Os EUA, honra lhes seja, não tiveram problemas em conceder-lhe asilo.
Ab.
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