sábado, dezembro 08, 2007

É um progressista da treta? #9 #10

Do questionário do Sunday Times, retirado daqui.

É Ayaan Hirsi Ali demasiado crítica em relação ao Islão?

Devia o Governo Holandês retirar a sua segurança no estrangeiro?

Ayaan Hirsi Ali, uma muçulmana somali que critica fortemente a situação feminina vigente nas sociedades islâmicas, foi autora do argumento do documentário de Theo van Gogh sobre a discriminação da mulheres muçulmanas, temeridade que a obrigou a refugiar-se nos EUA e custou a vida ao realizador holandês. Embora não tenha visto o documentário, e dela só saiba pela imprensa -- a começar por uma crónica do magnífico Mario Vargas Llosa, publicada há uns anos no DNA -- não tenho ideia de que ela possa ser «demasiado crítica em relação ao Islão». Talvez o Islão -- pelo menos este Islão caricatural e bárbaro que chega até nós -- conviva mal com a contradita.
Quanto ao governo holandês, nem vou perder tempo a falar dele, depois da cobardia nojenta que demonstrou, quando se soube que a então jovem Ayaan Hirsi Ali mentira sobre a idade e as circunstâncias em que chegara ao país, ela que se doutorou e desempenhou uma acção cívica relevantíssima após ter exercido as mais humildes profissões; ela que, ainda criança, fora vítima da excisão, praticada num contexto de tradição familiar, e que dera o seu melhor na luta contra essa barbárie. Como se essa mentira inóqua, para escapar a um casamento forçado, e que ela confessou, tivesse alguma importância -- a não ser para uns burocratas desqualificados (e peço perdão pela redundância).

4 comentários:

O Réprobo disse...

Mas não entrou em infracção? Que confiança pode merecer uma pessoa assim? "Ser maltratado não é um mérito" - G. Bernard Shaw. Assim como defendo intransigentemente dos ódios todos os imigrantes entrados legalmente e ordeiros, exijo a mão mais dura para os prevericadores. Tal como gostaria de ver sapado o pénis dos que lhe fizeram a mutilação.
Abraço

Ricardo António Alves disse...

Oh meu caro, toda a confiança de alguém que comete uma infracção inóqua para salvar a pele. Aliás, o caso já era sabido, sendo ela deputada, e só lhe levantaram problemas quando ela teve problemas com a escumalha fundamentalista, depois do assassínio do theo van Gogh.
Quanto à mutilação, foi a avó quem lha provocou, pensando, coitada, estar a fazer o que era certo, como decerto já a avó desta procedera em relação a si.
Ab.

O Réprobo disse...

É um horror que não diminui por ser ritual ou affaire de femmes, como se depreende da Tua indignação. Mas continuo a dizer, salvar a pele está muito bem, mas em casa alheia só com autorização do dono.
Abraço

Ricardo António Alves disse...

Os donos foram uns cagunfas que não souberam ser dignos dos próprios pergaminhos, porque o problema só foi levantado quando ela passou a ser incómoda. Os EUA, honra lhes seja, não tiveram problemas em conceder-lhe asilo.
Ab.