Quanto aos poetas, os que erram, seguem-nos.
Não tens visto como eles vagueiam pelos vales
E como dizem isso que não praticam?
Alcorão
Vagueio pelos vales a falar sozinho:
não me lavo, não rezo, não me lembro
de Deus: apenas fumo o meu cachimbo
e saboreio Deus que sabe a fumo
Devagaroso a falar à pressa deliro
e digo o que não faço e faço o que não digo,
contraditório, incoerente, obsessivo,
mas verdadeiro eco de mim próprio
Que Deus me dê a força da fraqueza
que verga mas não quebra e endireita
mais dúctil do que a vara mais fibrosa
Que Deus me dê os vales mais obscuros,
lá onde a vista alcança só beleza
ao fundo da paisagem dos teus olhos
Lx., 20.VIII.85
2 comentários:
Conheci o Barahona da Fonseca quando era cristão.
Julgo que foi no princípio dos anos 60 que abraçou o islamismo.
E que bem lhe fez...
Enviar um comentário