A ternura infinita dessa melodia infinita
Levada até às últimas consequências
Demoveria montanhas as montanhas do ódio da ignorância da distância
De homem para homem de pai para filho de mulher para homem de corpo para corpo
A linha circularmente bela dessa melodia
Levada ao limite extremo da terra da terra amarga
Traria a luz pela qual suplicamos todos os dias
As flores
A doçura grave ao coração dos homens todos das mulheres todas de todas as raças
Essa melodia
Explorada até à última caverna de estalactites doiradas
Traria
Não qualquer utopia
Mas os gestos sagrados da vida dos dias
Segunda terça quarta quinta sexta sábado
Domingo
Numa dança sem perguntas
Em que nascer morrer amamentar e amar
Adormecer enlaçado a outro corpo
Fariam parte de um rio sem fim
Uma dança sem perguntas
20-2-1965
Oferenda II
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