segunda-feira, julho 17, 2006

Antologia Improvável #147 - Rebelo de Bettencourt (2)

VOZ DE OIRO

A minha filha

Minh'alma é cheia do canto
Da tua voz, a falar.
-- Nunca te possas calar,
Voz de oiro, que eu amo tanto!

Com ela, enfim, pude achar
Da vida todo o encanto.
-- Marejam em doce pranto
Meus olhos, só de o lembrar!

Deus queira que eu tenha a sorte
De ouvi-la, à hora da morte,
A pedir por mim, rezando,

Para eu morrer sem sentir,
Como se morre a dormir,
Como se morre sonhando!

Oceano Atlântico

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