Adoro as aventuras de Yoko Tsuno e tenho pena que já não exista no nosso país uma publicação semanal de banda desenhada com o célebre sistema "em continuação". Bom fim-de-semana!
A Guerra da Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos
1. Os humoristas de serviço pretendem que é uma luta de valores entre o mundo liberal e o iliberal. Humor negro, porque o único valor que o financismo e o complexo militar-industrial conhecem é o do "deus-dólar" (Eça de Queirós). Dirigidos por estes, os Estados Unidos procuraram neutralizar a Rússia, seu único rival militar, minando-a por dentro e desestabilizando as repúblicas vizinhas que ainda não estavam integradas na Nato: Geórgia, Cazaquistão, Ucrânia. Os bidens e os johnsons não passam de marionetas ao seu serviço. Tudo estava a ser preparado com a Clinton; o Trump, bilionário autossuficiente, foi um parênteses.
2. A Rússia sempre se dividiu historicamente entre o eslavismo antiocidental (Dostoievski, Soljenitsine) e a abertura ao Ocidente. A boa-fé e o ímpeto ocidentalizante foi torpedeado pela própria avidez dolarística. Diz-se que Putin, até aí defensor de uma cooperação, mudou de opinião quando assistiu à barbárie do Iraque e da invenção do pretexto da existência de armas de destruição maciça pelo selvagem do Saddam Hussein, tentando a administração americana, debalde, enganar o Mundo, mas enganando boa parte dos próprios concidadãos. Ou seja, Putin percebeu que a cúpula política norte-americana estava nas mãos de patifes notórios em quem não se podia confiar. A Rússia violou o Direito Internacional? Sim, claro, fazendo uma guerra preventiva.
3. Por razões que me escapam, a cúpula política ucraniana, foi ou quis-se enredada nesta estratégia suicidária, sacrificando o povo aos interesses geo-financeiros dos EUA. As zonas de influência sempre existiram e continuarão a existir; faz parte do poder dos impérios. A União Europeia transformou-se numa vassala dos americanos e uma extensão política da Nato, um péssimo serviço ao projecto europeu.
«O amor é como o mar, que visto superficialmente ou à pressa pode ser acusado de monotonia pelos espíritos vulgares, ao passo que certos seres privilegiados podem passar toda a vida a admirá-lo, encontrando-lhe sempre uma diversidade que os encanta.»
Hoje de manhã, na TSF, ouço, contrariado, a crónica de Raquel Vaz Pinto (RVP) -- uma daquelas catástrofes do comentário que nos tem caíd...
Alfred de Musset (1810-1857)
«Sei muito bem que neste mundo há calamidades que eu não poderei evitar; lamento as que não conheço, mas se sei de alguma devo tentar minorá-la. Por mais que faça, é-me impossível ficar indiferente perante a dor.»
Esperando não ter de emendar, enquanto as televisões anunciam a aviação russa sobre Kiev, leio também que os alvos são militares, como se i...
Visconde de Meneses, «RETRATO DA vISCONDESSA DE MENESES» (1862)
ortografia
Segue-se a norma adoptada em Angola e Moçambique, que é a da ortografia decente.
John Ruskin (1819-1900)
«Os edifícios antigos não nos pertencem. Em parte são propriedade daqueles que os construíram; em parte das gerações que estão por vir. Os mortos ainda têm direitos sobre eles: aquilo por que se empenharam não cabe a nós tomar.»
Alfredo Keil, «O ATERRO EM 1881»
M. Teixeira-Gomes (1860-1941)
«Do passado, só me interessa, em arte e literatura, a obra que conservou beleza actual. Assim, esse nome estupendo: "Cartago", no sítio próprio, pouco me diz, além da paisagem onde o lugar persiste. Na solidão do meu gabinete de trabalho, ou nas salas de uma biblioteca, ele parece ganhar em ressonância, e sacudir a poeira dos inúmeros cartapácios que lhe registram a crónica; das suas ruínas pulverizadas, nenhuma "substância" espiritual me assiste.»
Friedrich Nietzsche (1844-1900)
«É o meu nojo, e não o meu ódio, que me devora a grandes dentadas a vida!»
Columbano Bordalo Pinheiro, «RETRATO DE ANTERO DE QUENTAL» (1889)
José Afonso (1929-1987)
EU SOU O MEU PRÓPRIO COMITÉ CENTRAL.
Aurélia de Sousa, «Auto-Retratp» (1900)
Coelho Neto (1864-1934)
«Nós caminhamos sobre túmulos. Como os antigos guerreiros para tomarem de assalto os muros das cidades iam subindo pela mortualha, fazendo de cada cadáver o degrau da escada, nós vencemos à custa do que foi ».
D. Carlos I, O SOBREIRO» (1905)
Seguidores
Euclides da Cunha (1866-1909)
« Ouviu-os indiferente e contrafeito. Não sabia respondê-los. Tinha a frase emperrada e pobre. Além disso, tudo quanto saía do passo ordinário da vida não o comovia, desorientava-o, contrariava-o.»
Amadeu de Sousa-Cardoso, «COZINHA DA CASA DE MANHUFE» (1913)
«É sempre fácil baixar a cabeça diante da moda de cada época; o difícil é mantê-la sempre no lugar. É sempre fácil ser modernista, como é fácil ser um snob.»
Confessionário
-
Esta tarde estive a ler um livro de amigos oferecido por um amigo. Dei
comigo a pensar neles. Nos amigos. E nelas. Na distância a que estou de
muitos, no...
Aflições e desaires
-
Creio, mas pode ser ilusão ou falha de memória, num passado não muito
distante só em circunstâncias excepcionais se via um filme baseado na
história ...
Johannes Bobrowski - Moinho de Vento
-
*Versos que mesclam perspectivas nostálgicas a outras que albergam esboços
de cenários naturais – muito provavelmente evocados pelo poeta a partir de
sua...
I Domingo do Advento
-
EVANGELHO – Marcos 13,33-37
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Acautelai-vos e vigiai,
porque não sabeis quando chegará o momento.
Será como u...
Sobre As Palavras da Noite, de Natalia Ginzburg
-
«A Relógio d’Água prossegue a divulgação da obra de Natalia Ginzburg, uma
das mais destacadas escritoras italianas do século XX e seguramente a que
me...
Estado-garantia
-
Atente-se nos números mais recentes de uma das engenharias financeiras
criadas para transferir rendas e controlo para o grande capital e riscos
para um E...
Importância da crítica e pobreza do proselitismo
-
Em mais de quatro décadas como professor universitário, insisti sempre num
princípio de pedagogia que julgo fundamental. Referia-o logo no primeiro
dia em ...
É isto a Europa?
-
Não é uma surpresa ouvir declarações desfasadas da realidade. Em algumas
percebe-se a intenção e o interesse. Noutras percebe-se a inépcia. E
noutras ainda...
Verdadeiramente imbecil
-
A propósito de uma notícia chegada do Brasil, a Lusa relembra-nos que, em
2020, na sequência da vandalização da estátua do padre António Vieira, no
Largo T...
Conferência na Sociedade de Geografia
-
Partilho o convite e permito-me solicitar a difusão. Será no próximo dia 27
[2ª feira] pelas 15:00, na Sociedade de Geografia. Proferirei uma palestra
so...
Para que eu nunca mais me atreva
-
quando conheci você
jamais pensei
que hoje eu estaria tecendo uma nova obsessão
demorou para acontecer
e ainda foi tudo tão atípico
como se a estranheza de...
-
* I - Falecimento e funeral de Alves Redol II - Origens do Partido
Comunista Português*
*INDICE*
*I ) Falecimento e funeral de Alves Redol*
*Apresentaçã...
Um retrato da exportação portuguesa por municípios
-
*Um retrato da exportação portuguesa por municípios*
*A disponibilidade de dados sobre o comércio externo português permite a
sua distribuição pelos dive...
Miguel Reis e a Frente Polisário
-
Descubro pelo Facebook que morreu o Miguel Reis. Durante uma década –
a década escaldante – o Miguel foi jornalista e não advogado. Os obituários
...
COLORGRAPHIA CXLVIII
-
La route de Versailles, Louveciennes, Matin gel (A estrada de Versalhes,
Louveciennes: geada matinal), pintado em 1871 por Camille Pissarro, o
luso-descend...
Eloy - Ocean (1977)
-
Capa criada por Wojtek Siudmak. Veja a capa original aqui. Álbum Conceitual
Frank Bornemann (vocal, guitarra) disse a Ira Kantor da Vintage Rock:
A idei...
Lugares da vida e da ficção
-
«De Viana disseram-me os rapazes que a demora da Carlota Ângela é causada
pela falta de papel.Queria eu lá publicar este romance que estou
escrevendo, mas ...
Sobre a atualidade de Eça
-
Uma das asserções mais correntes, quando se fala de Eça de Queirós, é
aquela que afirma a sua atualidade. Parecendo um elogio, uma tal afirmação
pode ser ...
Cap a Lisboa
-
S'acosta el dia.
Matinarem força per agafar el vol que ens durà a "casa nostra"
Perque a Lisboa, i de fet a tot Portugal, ens sentim com a casa. I aq...
APRESENTAÇÃO DA REVISTA A IDEIA 2023
-
No passado dia 4 de Março de 2023 decorreu no Museu do Aljube, em Lisboa, a
apresentação do último volume da revista A Ideia. Tratou-se do número… Leia
Mai...
José Luís Carneiro está “mais capaz” de unir PS
-
Bruno Costa acredita que Pedro Nuno Santos tem vantagem interna, mas José
Luís Carneiro "está mais ao centro". Afirma ainda que "nomes de peso
atenuaram di...
Menos um criminoso de guerra a bordo
-
Há que renegar a herança de Kissinger e construir uma democracia autêntica.
A caricatura em vigor atingiu o prazo de validade, tal como o criminoso de
guer...
Da feminilidade na pós-modernidade
-
Título Seios e óvulos Autora MIEKO KAWAKAMI (tradução: Renato Carreira)
Editora (Edição) Casa das Letras (Agosto de 2023) Cotação 16/20 Recensão
Apesar des...
Dominant Orthodoxies
-
On November 9 the NYR Online published an essay by the historian Seth
Anziska about Zionism and its critics, the 1982 Lebanon War, and the
bombardment of G...
A Índia rumo a um novo capítulo da globalização
-
Quem acompanhe a realidade internacional, para lá das grandes manchetes da
comunicação social, já terá começado a vislumbrar que uma reorganização
multip...
Atrapalhar o gás
-
No passado sábado, dia 13 de maio, um grupo de cerca de 200 pessoas
juntou-se numa ação de desobediência civil para impedir a chegada de um
novo carregamen...
Grande Ecrã: Estás a ver o Disney Channel!
-
A equipa do Grande Ecrã volta às origens e relembra os filmes que marcaram
gerações: os filmes originais do Disney Channel. Para muitos, este foi o
prime...
Le Roi ensommeillé
-
[image: le-roi-ensommeille_une]
Il était une fois un pays endormi sous le froid et la neige. Tout était
figé dans un sommeil sans fin : bureaux, salariés, ...
Edição de Dezembro de 2021
-
EDITORIAL De Minsk a Calais BENOÎT BRÉVILLE POLÍTICA Ocupar a liberdade e
ganhar o tempo . LUÍS BERNARDO ECONOMIA O rigor é um lugar estranho:
contenção or...
Cuba e o desporto
-
Sete medalhas de ouro, três de prata e cinco de bronze: foi este o saldo da
participação de Cuba nos recentes Jogos Olímpicos de Tóquio, garantindo-lhe
um ...
Post-Covid, la mode se vit sous subculture acid
-
Les créateurs et les créatrices vont puiser dans les raves des années 1990
couleurs et silhouettes pour une réflexion sur le corps et la liberté
imaginant ...
First acts announced for WOMAD Charlton Park 2018
-
Amadou & Mariam, Ken Boothe and Dobet Gnahoré are among the first acts
announced for this year’s WOMAD Charlton Park Festival from July 26-29 The
first w...
Margo Price – All American Made
-
Rapid-fire follow-up to 2016’s debut Midwest Farmer’s Daughter.
The post Margo Price – All American Made appeared first on MOJO.
Erivelto já dá pontos ao Sp. Covilhã
-
Um golo do avançado brasileiro Erivelto, na conversão de uma grande
penalidade, permitiu ao Sp. Covilhã evitar a derrota e trazer um ponto da
visita a Alco...
Le Prix Roger Nimier célèbre un roman rouge !
-
Le roman soviétique de Paul Greveillac, *Les Âmes rouges*, a reçu mercredi
le prix nommé en mémoire du célèbre Hussard.
Chapeau (alternatives)
Le roman ...
«Ele aguçou-lhe o olhar e deixou-o entrever as grandes palavras que enchem o peito humano, abriu-lhe a alma humana e a sua própria, fê-lo clarividente e mostrou-lhe o interior do mundo e por fim aquilo que está por trás de palavras e acções. Mas o que ele viu, foi isto: o cómico e a miséria, o cómico e a miséria.»
Sarah Affonso, «AUTO-RETRATO» (1927)
Raul Proença (1884-1941)
«O socialismo é um liberalismo penetrado de vontade, tentativa deliberada e permanente para pôr o mundo à escala humana.»
Stuart Carvalhais, «RETRATO DE FERREIRA DE CASTRO» (1928)
com o meu nome
Fernando Pessoa (1888-1935)
«A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste.»
Roberto Nobre, «A CEGA SANHA DO POVO» (1935)
Em flagrante decilitro (2005)
Fidelino de Figueiredo (1888-1967)
«...só nos insurgimos com vital impulso contra o que em nós trazemos.»
Almada Negreiros, «Retrato de Fernando Pessoa» (1954)
Ferreira de Castro (1898-1974)
«Nenhum de nós é um só homem».
Maria Helena Vieira da Silva, «A POESIA ESTÁ NA RUA» (1974)
Blogs Portugal
Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944)
«A infância, esse grande território donde todos saímos! Pois donde sou eu? Sou da minha infância como se é de um país...»
Carlos Farinha, «BANDEIRA BRANCA»
Vercors (1902-1991)
«não posso ofender um homem sem sofrer, mesmo que esse homem seja meu inimigo.»
Dmitri Shostakovich (1906-1975)
«Ou dizemos a verdade sobre o passado, ou calamo-nos.»
2 comentários:
Adoro as aventuras de Yoko Tsuno e tenho pena que já não exista no nosso país uma publicação semanal de banda desenhada com o célebre sistema "em continuação".
Bom fim-de-semana!
Também eu...
Abraço
Enviar um comentário