quarta-feira, dezembro 11, 2019

um parágrafo de Ferreira de Castro

«Uma voz, longínqua, débil, como se saísse do centro de uma montanha e chegasse até Soriano filtrada pela terra, discordava, vagamente, do que a irmã e o filho lhe diziam. Mas ele transigia, em obediência a uma preguiça espiritual que, outrora, não tinha. E a sua discordância parecia vir mais de um "eu" antigo, que jazia dentro dele, apagado como um resíduo de carvão, do que do seu "eu" presente, daquele que nesse momento vivia.» A Curva da Estrada (1950)

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