«Fisicamente, Caninguili devia poucas graças ao Criador. Ezequiel gostava de se referir a ele chamando-o de "o nosso sapinho capenga"; e assim resumia a feiura do designado, o seu escasso metro e sessenta e o facto de mancar da perna esquerda. Quando falava, porém, com aquele seu jeito manso de acariciar as palavras, operava-se em Caninguili uma transformação sensível e tudo seria nessa altura menos certamente um sapo. Capenga! Razão por que, gatigado já da velha pilhéria, Alfredo Trony repreendera certa vez Ezequiel observando-lhe que sempre houvera no mundo príncipes disfraçados de sapos e sapos disfarçados de príncipes:» A Conjura (1998)
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