domingo, janeiro 06, 2019

mérdia 1, mérdia 2 e mérdia 3


mérdia 1: Vi hoje uma notícia de grande significado numa zona da Europa em que estamos política e militarmente envolvidos, e muito mal, diga-se. Trata-se da quebra do vínculo secular entre a igreja ortodoxa ucraniana e a russa, deixando aquela de estar sob a influência patriarca de Moscovo para passar à alçada do de Constantinopla. A cerimónia, de enorme importância a todos os níveis, teve lugar em Istambul, com a presença, e discurso, do presidente da Ucrânia.
Escusado será dizer que vi esta notícia na BBC e não na RTP, que prefere ocupar o espaço com três mortos num incêndio doméstico em Barcelona. A indigência dos telejornais da RTP não difere, na substância, das dos outros canais. É mais contida, mas paupérrima, e nem é preciso, para atestá-lo, haver um pivot que nos pisca o olho e locuta as notícias como se estivesse a falar para criancinhas. Ou para atrasados mentais.

mérdia 2: O episódio da tvi, do Goucha e do nazi. Nem merece comentários adicionais. Vale tudo, como se sabe. No outro dia falei da sic, a propósito doutra coisa; agora são os espertalhões da tvi. É muito cansativo perder tempo com estas porcarias, mas, que diabo, é preciso chamar nomes a estes bois. Vi aqui que um membro do governo se indignou, e bem. Mas não chega a indignação, há que apertar com eles -- e quando escrevo eles, ainda não me estou a referir à meia dúzia de nazis que por cá refocilam, embora, em nome da higiene pública, devam andar devidamente açaimados e com idas periódicas ao veterinário. Refiro-me a esta corja das televisões, que há anos transformam em pocilgas o espaço público. É claro que não vão fazer nada. A ERC para nada serve, e foi para isso mesmo que foi criada, nem querem arranjar chatices, eles ou quem os tutela.
Ameaçá-los de lhes revogar as licenças de emissão e de não lhes renovar a concessão, seria preciso que na cúpula do Estado democrático houvesse estadistas, mas o que mais há é artistas. E não digo isto especialmente por causa do nazi, que é uma mera decorrência da selvajaria em que se tornou o espaço merdiático.

mérdia 3: passaram cem anos sobre o nascimento de Eduardo Teixeira Coelho. Não fora o JN, e a data teria passado em branco na imprensa. Felizmente, há blogues.

2 comentários:

M,Franco disse...

Deve ter razão na análise que faz às "queridas televisões".
Exceptuando meia dúzia de programas que enfim, não adiantam
nem atrasam, deve haver coisas estúpidas e abomináveis.
Apenas vejo sempre o "Governo Sombra", porque tem sempre
algum humor, o que me agrada. E esse do piscar de olho
é tão ridículo, que até custa acreditar.
Boa noite.

R. disse...

Eu nem lho levaria a mal, se apresentasse uma coisa apresentável...