Abencerragem: «Julgo eu que se não pode ser grande escritor sendo pequeno homem, e que é preciso ter coisas em si para poder interessar aos outros.»

sexta-feira, janeiro 18, 2019

«Julgo eu que se não pode ser grande escritor sendo pequeno homem, e que é preciso ter coisas em si para poder interessar aos outros.»

José Régio a João Pedro de Andrade, aqui.

2 comentários:

Manuel Nunes disse...: "Continuação da comédia", de JPA, texto pedido por Régio, foi publicado no nº 1 da 2º série da "presença" (Novembro de 39) quando o principal mentor da revista tentava evitar o seu declínio, abrindo-a a novas correntes e ideias. Não teve sucesso, mais um número e acabava. JPA não era um presencista, mas foi mantendo uma relação literária com Régio. Com quem teve dura polémica foi com Mário Dionísio que escreveu contra ele as Fichas 13 e 13-A na "Seara Nova", e depois a Ficha 14 que Câmara Reys não aceitou publicar. Textos de JPA que deram origem à polémica: "A Poesia da Moderníssima Geração"e "O Problema do Romance Português Contemporâneo". Tenho 2 páginas sobre o assunto na minha comunicação ao congresso de 2016 (Nova Síntese).; 8:15 da tarde
R. disse...: O JPA, um excelente crítico e dramaturgo, vem do anarquismo. O seu primeiro livro foi prefaciado pelo Manuel Ribeiro, e esteve como Ferreira de Castro n«A Hora». E a sua biografia do Raul Brandão (referência para toda aquela geração) considero-a melhor do que a do Guilherme de Castilho.
Pois aquilo não deu: o Simões e o Casais estavam fartos um do outro e o Régio, já devia andar cansado do ambiente.
Tenho a Ficha 14, que ele publicou como opúsculo; e também os dois livrinhos do JPA.
Ab.; 1:28 da manhã

A Guerra da Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos

1. Os humoristas de serviço pretendem que é uma luta de valores entre o mundo liberal e o iliberal. Humor negro, porque o único valor que o financismo e o complexo militar-industrial conhecem é o do "deus-dólar" (Eça de Queirós). Dirigidos por estes, os Estados Unidos procuraram neutralizar a Rússia, seu único rival militar, minando-a por dentro e desestabilizando as repúblicas vizinhas que ainda não estavam integradas na Nato: Geórgia, Cazaquistão, Ucrânia. Os bidens e os johnsons não passam de marionetas ao seu serviço. Tudo estava a ser preparado com a Clinton; o Trump, bilionário autossuficiente, foi um parênteses. 2. A Rússia sempre se dividiu historicamente entre o eslavismo antiocidental (Dostoievski, Soljenitsine) e a abertura ao Ocidente. A boa-fé e o ímpeto ocidentalizante foi torpedeado pela própria avidez dolarística. Diz-se que Putin, até aí defensor de uma cooperação, mudou de opinião quando assistiu à barbárie do Iraque e da invenção do pretexto da existência de armas de destruição maciça pelo selvagem do Saddam Hussein, tentando a administração americana, debalde, enganar o Mundo, mas enganando boa parte dos próprios concidadãos. Ou seja, Putin percebeu que a cúpula política norte-americana estava nas mãos de patifes notórios em quem não se podia confiar. A Rússia violou o Direito Internacional? Sim, claro, fazendo uma guerra preventiva. 3. Por razões que me escapam, a cúpula política ucraniana, foi ou quis-se enredada nesta estratégia suicidária, sacrificando o povo aos interesses geo-financeiros dos EUA. As zonas de influência sempre existiram e continuarão a existir; faz parte do poder dos impérios. A União Europeia transformou-se numa vassala dos americanos e uma extensão política da Nato, um péssimo serviço ao projecto europeu.

M. Teixeira-Gomes (1860-1941)