sábado, dezembro 13, 2014

do esvaziar

«O beijo de despedida, que pertencera ao ritual familiar, perdera continuidade nos últimos tempos (como muitas outras coisas), sem que, aliás, tivesse havido um motivo para que o hábito se alterasse. Um esquecimento hoje, uma emenda tardia amanhã -- os hábitos criam-se e perdem-se as mais das vezes sem se saber porquê. Ou então esvaziam-se. E será beijo o enjoado resvalar da boca por uma face?»

Fernando Namora, O Rio Triste (1982)


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