«Rumorejou um corpo que devia saltar da cama, uns passos rápidos soaram na escuridão e logo, atrás da portinhola que se abriu, entrou no recinto uma fosca claridade. Iluminou-se então, no quarto miserável de hospedaria, com a cama de ferro a insinuar existências parasitárias e o travesseiro liso, de quartel, um jovem alto e magro, cabelo negro e olhos amortecidos, denunciando vida indolente. A calça dançava-lhe na cintura e os ossos adquiriam forte relevo no tronco seco e nu. Sentou-se no rebordo do leito e começou a vestir, apressadamente, o casaco do pijama.»
Ferreira de Castro, A Selva [1930; da 32.ª ed., 1980]
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