"Europa ou é investigação científica e criação cultural ou não é Europa", escreve Vitorino Magalhães Godinho em Os Problemas de Portugal -- Mudar de Rumo (Colibri), citado por Guilherme d'Oliveira Martins na recensão ao livro, ainda no JL.
E, portanto, Europa é liberdade e pensamento livre, ou não é Europa.
E, portanto, Europa é liberdade e pensamento livre, ou não é Europa.
8 comentários:
Pois! É isso mesmo que queremos que seja!
Para todos!
"deixa-me rir", a europa é para conservadores e velhos do restelo e vá, e da esquerda porque está na moda
enquanto isso nos puser a salvo do capitalismo puro e duro ou da exploração humana, podemos dedicar-nos a filosofar e a blogar nos tempos livres. já o resto do mundo passa fome.
Mónica, não percebi :\
digo q é mto bonito dizer q a europa é (ou deve ser) liberdade, é bonito e é um luxo, para nós podermos ser livres o resto do mundo passa fome
Pois, não percebo o que tem a liberdade a ver com a fome; até porque a liberdade está intimamente ligada à emancipação do Homem, a começar pelo estômago, mas sem terminar aí...
E o que é o resto do mundo? África?
África é vítima do imperialismo europeu, do Atlântico aos Urais, bem como da cupidez de boa parte dos deus líderes. Nem todos são Mandela, nem todos foram Senghor, nem todos vieram a ser o que Amílcar Cabral ou Eduardo Mondlane poderiam (poderiam?) ter vindo a ser.
parece-me uma visão mto norte-ocidental do mundo, n estou de acordo
O humanismo, o livre exame, o espírito crítico, a capacidade de (auto)questionamento, não sendo apanágio exclusivo da Europa (e da sua extensão civilizacional, a América), foi aqui que teve a capacidade de se desenvolver politicamente. Do Renascimento, em que o homem passa a ser a medida de todas as coisas, ao Iluminismo, cujo corolário são a Revolução Americana e a Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade, Fraternidade, certo?).
A investigação científica e a criação artística não foram concedidas aos europeus de mão beijada; foram conquistadas, por vezes com sangue (à Igreja da Santa Inquisição, mas também ao totalitarismo irracional nazi, que deu Auschwitz, e ao cinismo perverso do totalitarismo soviético, que deu Stalin e o Gulag).
Num tempo em que a liberdade, a criação artística e a investigação científica estão na mira do fanatismo religioso, no Afeganistão ou nos EUA, o ponto de honra da Europa é a de honrar esse historial de luta pela liberdade, que levou séculos a conquistar. A frase de Vitorino Magalhães Godinho constitui um alerta para o risco que a liberdade sempre corre -- o que não implica a absolvição do colonialismo e do imperialismo, que também não é, nunca foi, um exclusivo europeu.
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