Abencerragem: caderninho

terça-feira, outubro 21, 2008

caderninho

Não olha a meios a sedução: mesmo para alcançar nenhuns fins. David Mourão-Ferreira

Jogo de Espelhos

5 comentários:

nas asas de um anjo disse...: excelente definição!pressupondo-se, é claro, que a amoralidade não é um fim...pk fim há sempre, pois o comportamento é sempre motivado, no sentido de ser a resposta a um estímulo.; 4:13 da tarde
Paulo Cunha Porto disse...: Só DM-F - e Tu - para provarem que a Sedução nem é interesseira!
Abraço; 4:32 da tarde
Ricardo António Alves disse...: Ora bem, Asas, foi ao cerne, independentemente do juízo sobre a "amoralidade".

IC: a minha interpretação é mais perversa: por esta ou aquela razão, apesar de a sedução se poder revelar inconsequente, ela aflora, inevitavelmente, por impulso irreprimível. Foi assim que li a sentença do velho David, que gostava pouco, gostava.
Ab.; 8:04 da tarde
Lina Arroja (GJ) disse...: David Mourão Ferreira sabia do que falava. Se já eu com 14 ou 15 anos não perdia um dos seus programas de televisão. Ainda hoje, recordo aquele jogo de sedução com a camara que o filmava,com o écran, com o ouvinte, com as imagens. A sensualidade da voz, a pausa e o gesto do cachimbo...e claro a recompensa da sua leitura.; 9:10 da tarde
Ricardo António Alves disse...: Não me recordo do programa, só de nome, mas estive com ele algumas vezes, aqui em Cascais, onde ele tinha uma casa. Era um grande sedutor, gostava das mulheres -- pelo menos tanto quanto de mulheres.; 10:28 da tarde

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A Guerra da Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos

1. Os humoristas de serviço pretendem que é uma luta de valores entre o mundo liberal e o iliberal. Humor negro, porque o único valor que o financismo e o complexo militar-industrial conhecem é o do "deus-dólar" (Eça de Queirós). Dirigidos por estes, os Estados Unidos procuraram neutralizar a Rússia, seu único rival militar, minando-a por dentro e desestabilizando as repúblicas vizinhas que ainda não estavam integradas na Nato: Geórgia, Cazaquistão, Ucrânia. Os bidens e os johnsons não passam de marionetas ao seu serviço. Tudo estava a ser preparado com a Clinton; o Trump, bilionário autossuficiente, foi um parênteses. 2. A Rússia sempre se dividiu historicamente entre o eslavismo antiocidental (Dostoievski, Soljenitsine) e a abertura ao Ocidente. A boa-fé e o ímpeto ocidentalizante foi torpedeado pela própria avidez dolarística. Diz-se que Putin, até aí defensor de uma cooperação, mudou de opinião quando assistiu à barbárie do Iraque e da invenção do pretexto da existência de armas de destruição maciça pelo selvagem do Saddam Hussein, tentando a administração americana, debalde, enganar o Mundo, mas enganando boa parte dos próprios concidadãos. Ou seja, Putin percebeu que a cúpula política norte-americana estava nas mãos de patifes notórios em quem não se podia confiar. A Rússia violou o Direito Internacional? Sim, claro, fazendo uma guerra preventiva. 3. Por razões que me escapam, a cúpula política ucraniana, foi ou quis-se enredada nesta estratégia suicidária, sacrificando o povo aos interesses geo-financeiros dos EUA. As zonas de influência sempre existiram e continuarão a existir; faz parte do poder dos impérios. A União Europeia transformou-se numa vassala dos americanos e uma extensão política da Nato, um péssimo serviço ao projecto europeu.