Dizem que um nativo não fala com um branco. Falso! Nenhum homem fala com o seu senhor; mas a um viajante e a um amigo, a quem não vem para ensinar nem governar, a quem nada pede e tudo aceita, dizem-se essas palavras junto às fogueiras dos acampamentos, na solidão partilhada pelos mares, em aldeias fluviais, em clareiras rodeadas de florestas, dizem-se palavras que não têm em conta a raça nem a cor. Um coração fala e outro escuta; e a terra, o mar, o céu, o vento que passa e a folha que treme ouvem também a insignificância da história do peso da vida.
«Karain: uma recordação»
Histórias Inquietas
(tradução de Carlos Leite)
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