Àqueles que sabem
e querem amar o
Futuro:
Foge o Presente, foge às mãos sequiosas
De cingi-lo, apertá-lo ao coração,
E as horas correm, tão vertiginosas,
Que mal as vemos, no seu turbilhão...
Umas dão sonho, noutras nascem rosas.
Sonhos e rosas -- porque nascerão?...
-- Como a volúpia incerta que tu gozas
Deixam saudades só, meu coração!
E é sempre esta saudade, esta agonia
De não viver a vida fugidia,
De ver fugir desejo, amor, verdade...
-- Mas o Futuro vela... E, fielmente,
Colhe as horas mais belas do Presente
E delas tece a nossa Eternidade!
Anteu
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6 comentários:
Belíssimo soneto que eu não conhecia, vizinho.
Um poeta a redescobrir, vizinha.
Sem dúvida.
Bom domingo (sol temos, pelo menos)
Obrigado, vizinha. Deu para ir ao Paredão...
A redescobrir, sem dúvida... E como retrata tão bem o tempo que nos foge e se escoa a uma velocidade imparável e vertiginosa...! :)
Este e muitos outros, desleixados pelos viúvos e órfãos do Pessoa & C.ª, como se não houvesse outra poesia.
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