quarta-feira, janeiro 02, 2008

Antologia Improvável #277 - Manuel de Freitas (4)

GOULD, 1981

Deixo-vos isto
em morte.
Dedos como nunca mais,
o que demasiado sabemos
-- por falta de saber,
por nada.

Mostrei, com extremo vagar,
o inventor de Deus,
um homem como eu.

Não, não é bem assim.
Não há homens como eu.
Prefiro a noite
de que sou feito
e fujo.
Canadiano, morto,
quase posso jurar que existi.
Büchlein für Johann Sebastian Bach

2 comentários:

Ruela disse...

Gostei deste.
Bom ano e que tudo corra bem.
Um abraço.

Ricardo António Alves disse...

Um abraço também, caro Ruela.